Hoje o BC (Banco Central do Brasil) divulga como ficará a taxa básica de juros Selic, que atualmente está em 8,75% ao ano. Basicamente, a instituição pode alterar este mecanismo para segurar a expansão da inflação do País. A decisão será dos integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador oficial de inflação, acumulou no primeiro bimestre alta de 1,54%, ante meta do BC de 4,50% no ano. Essa evolução levou o mercado a especular que hoje, o Copom deve aumentar a Selic para conter o avanço dos preços.

No Boletim Focus do BC, publicado na segunda-feira, os economistas, de aproximadamente 100 empresa do mercado financeiro e não financeiras, esperavam que a Selic aumente em 2010 para 11,25% ao ano.

Para o economista da Gradual Investimentos André Guilherme Pereira Perfeito, "a inflação do começo do ano está elevada e é possível que o BC comece o ajuste monetário nesta reunião do Copom". A previsão do especialista é que a taxa passe para 9,25% ao ano.

O professor e pesquisador Paulo Pichetti, que atua no Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), também prevê que o Copom subirá a Selic para 9,25%.

"O aumento da taxa virou condição de quando, e não de ser", afirma o Pichetti.

Em contrapartida, o vice- presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, avalia, por meio de nota, que "o Copom vai manter inalterada a Selic nesta reunião". Para o executivo, a elevação dos depósitos compulsórios, no fim de fevereiro, "evitará elevação da Selic a curto prazo".