Países emergentes como Brasil, China e Índia deverão dominar o crescimento econômico mundial neste ano, na avaliação do ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola. "2010, de novo, será o ano dos emergentes", ressalta. As economias desses países, segundo ele, serão a "salvação da lavoura" em termos de crescimento global.

Para Loyola, a retomada mais rápida do que a esperada da expansão econômica dos emergentes em parte está contribuindo para o fortalecimento das moedas desses países. "O real também tende a se fortalecer em relação ao dólar, enquanto o euro sofra até que se resolva ou fique mais clara a situação fiscal na Grécia. Agora, se houver crise financeira mundial de grandes proporções, o dólar deve ganhar força justamente pelo efeito de ser o refúgio seguro. Tudo vai depender das decisões nas próximas semanas", afirma.

Outro aspecto que pode afetar a cotação da moeda brasileira frente o dólar é a eleição presidencial de 2010, na avaliação do ex-presidente do Banco Central. Ele espera que o pleito será disputado de forma relativamente tranquila, e prevê que o "investidor não irá temer certas quebras de política econômica neste ano". "A tendência é de uma disputa mais calma em relação a 2002. "Por se tratar de ano eleitoral, pode haver volatilidade no câmbio", destaca.

Sobre o resultado de superávit de US$ 394 milhões, quase quatro vezes menor do que o previsto por analistas, Loyola acredita que, sem dúvida, as importações crescerão mais do que as exportações em 2010. No entanto, ele avalia que o mercado está subestimando a expectativa de crescimento do saldo comercial este ano. "Há uma subestimação quanto ao valor das exportações brasileiras."