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Volkswagen vai montar
Jetta em S.Bernardo

Vinda do modelo, que garantirá 450 empregos,
faz parte de negociações com o sindicato

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
27/09/2014 | 07:05
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Banco de Dados


A Volkswagen vai passar a montar a partir do primeiro semestre de 2015, na unidade Anchieta, o sedã médio Jetta, hoje importado do México. A vinda do modelo faz parte das negociações para manter os empregos na fábrica de São Bernardo, afirmou ontem, em assembleia realizada no pátio da montadora, o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão. A medida vai garantir 450 empregos dos 2.300 trabalhadores considerados excedentes pela montadora.

Além do novo modelo, segundo o sindicato, a empresa também vai ter, nessa unidade, até 2018, plataforma mundial, chamada internamente de MQB, que teria condições de receber até oito modelos, abrangendo a família do Gol (incluindo o Saveiro e o Voyage) e a do Fox. Esses investimentos fazem parte dos R$ 10 bilhões que serão aportados pela companhia entre 2014 e 2018 no Brasil. “Hoje, a montadora exporta carro só para a Argentina porque o Gol e o Up não têm peça de reposição na Europa. Essa plataforma (atual) não existe em nenhum outro local”, disse Wagnão. A Volkswagen preferiu não comentar essas informações.

As negociações para a chegada de novos produtos seriam uma forma de tentar resolver excedente de 2.300 funcionários que a empresa diz ter, segundo a entidade. Para chegar nessa conta, são somados os 780 que hoje estão em lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) com 720 da área de logística e outros 800 da unidade fabril. Atualmente, a companhia conta com quadro de 12,5 mil funcionários.

Esse excedente se explica, entre outros fatores, pela descontinuidade da Kombi e do Gol G4, desde dezembro de 2013, e também pela crise nas demandas interna e externa, que geraram retração de 17% na produção da companhia no País. Wagnão salienta que a vinda de um sedã para a Anchieta já estava prevista no acordo firmado com o sindicato em 2012, que também garantia que a fábrica não faria demissões até 2017. Em contrapartida, a empresa terceirizaria a logística a partir de janeiro de 2015, com o pessoal desse setor sendo incorporado a outras atividades.

DESMONTADO - O Jetta, no entanto, da forma como virá, não atende as condições aceitas em 2012 e, por isso, a logística não será terceirizada em janeiro, garante o sindicalista. Isso porque o modelo só exigirá 450 empregos, já que haverá a importação do carro semidesmontado (chamado de MKD) – com peças prontas e pintadas, apenas para a montagem final. Ou seja, não demandará corte de chapa, estamparia nem pintura.

E não está descartado novo pacote de PDV (Programa de Demissão Voluntário). “O importante é que não saia dessa fábrica quem não queira”, diz Wagnão. Outra questão em debate com a direção da Volks é o reajuste. Acordo de 2012 também definia que haveria aumento acima da inflação e renovação da convenção coletiva por cinco anos, ou seja, até 2016.  




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