A pesquisa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de projeções macroeconômicas e de expectativas do mercado, realizada com 30 instituições financeiras, apontou que subiu a estimativa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) para 2010 de 5,1% apurada em dezembro para 5,3% em fevereiro.

De acordo com o estudo, sempre divulgado após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, os economistas dos bancos acreditam que o aperto monetário do BC, que deve levar a Selic para 11% em dezembro deste ano, será suficiente para manter o IPCA muito perto do centro da meta de inflação determinada pelo CMN, de 4,5% para 2010.

As projeções apontam que o IPCA, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), deverá atingir 4,6% neste ano, pouco acima dos 4,5% estimados em dezembro de 2009.

"Há um cenário de otimismo por parte dos bancos que participaram da pesquisa", disse o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg. Segundo ele, o aperto monetário, que deve ser adotado pelo BC a partir de abril, não se trata de uma desaceleração forte do nível de atividade, mas sim uma acomodação do ritmo de crescimento do País, que mesmo assim registrará uma expansão pouco acima de 5%.

CÂMBIO - A pesquisa Febraban indicou também que o câmbio deve fechar 2010 em R$ 1,82, taxa nominal pouco superior à estimada em dezembro, de R$ 1,76. "Há um cenário tranquilo para esse indicador neste ano, mesmo que a instabilidade econômica no exterior seja o principal risco à nossa economia", comentou Sardenberg.

A ata da última reunião do Copom manifestou certa apreensão com a possibilidade de que o real registre desvalorização ante o dólar, neste ano, em função de turbulências externas. O BC teme que a desvalorização possa se tornar um fator adicional para pressionar a inflação em 2010.