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Polêmica de vice com o Paço não chega à Câmara

Vereadores de S.Caetano ignoram situação de Pinheiro e Lucia

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
03/04/2013 | 07:46
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A discussão que afastou a vice-prefeita de São Caetano, Lucia Dal'Mas (PMDB), do chefe do Executivo, Paulo Pinheiro (PMDB), ficou fora dos debates do Legislativo. Apesar da expectativa de que a Câmara apimenta-se a discussão, os parlamentares sequer tocaram no assunto durante a sessão ordinária de ontem, que contou com o plenário lotado.

Os olhares do público ficaram concentrados no discurso de Eder Xavier (PCdoB), que foi um dos incentivadores do estremecimento da vice e de seu marido, Marco Antonio Dal'Mas, que entregou o cargo de ouvidor municipal na quinta-feira. A família alegou discordância com o rumo da gestão, desprestígio e blindagem ao prefeito.

O comunista, porém, frustrou a expectativa e voltou a tratar de informações sobre detalhes da dívida herdada, que, segundo Pinheiro, é de R$ 264,5 milhões. "Quero deixar a poeira baixar, porque os dois (prefeito e vice) sinalizaram que querem minimizar essa situação", declarou Eder.

O vereador pretende procurar a vice para ter apoio na busca por dados do passivo da cidade. A assessora política do Paço e filha do prefeito, Gica Pinheiro, prometeu entregar subsídios sobre o débito aos parlamentares. "Ela prometeu um jeito inusitado de nos fornecer dados. Ainda acredito que a instalação de uma CPI seria a melhor maneira, mas eu também posso buscar por meio da Lei de Acesso à Informação."

Entretanto, requerimento de informação do comunista sobre quantos contratos a empresa TB Serviços, fornecedora de mão de obra, tem com a Prefeitura foi rejeitado. A cidade deve cerca de R$ 88 milhões à companhia.

Pio Mielo (PT) disse que a relação do prefeito com a vice não foi debatido porque diz respeito ao Executivo. "Não tange à Câmara tratar dessa questão. Eu desconheço as reivindicações da vice. Só fiquei sabendo pela imprensa que ela queria um motorista e uma secretária. Na atual conjuntura financeira da cidade, seria surreal pensar em novos gastos." O tucano Beto Vidoski evitou opinar sobre assunto e classificou o impasse de Pinheiro e Lucia como "briga de cachorro grande".

Na ordem do dia, a polêmica ficou por conta do projeto de lei do líder do governo, Jorge Salgado (PTB), que institui entrega gratuita de medicamentos por conta da rede pública de Saúde. Por conta da falta de parecer da Comissão de Justiça e Redação, o plenário optou por pedido de vistas por duas sessões. O receio foi de que a propositura fosse interpretada como vício de iniciativa, já que impõe gasto financeiro ao Paço.

 

PAUTA

O engavetamento irritou Salgado, que deixou o plenário rapidamente após o término da sessão. Durante os trabalhos de ontem, o petebista ainda se mostrou descontente com comentários do vereador Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato (PDT), sobre instituição de auxílio à terceira idade. "Não venha fazer politicagem, porque eu não te dei o aparte", declarou Salgado.

 

 




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