Economia Titulo Seu bolso
Diadema tem o almoço
mais caro de todo o País

Falta de concorrência entre restaurantes explica preços
bem mais altos do que a média brasileira, aponta pesquisa

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
03/04/2013 | 07:06
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Diadema registrou o maior preço médio por refeição feita fora de casa, na hora do almoço, entre 44 cidades brasileiras: R$ 37,41, seguida de perto por São Caetano que registrou R$ 36,33 como valor médio. Santo André (R$ 31,34) e São Bernardo (R$ 29,91) também têm preços acima da média nacional, que é de R$ 27,40, e até da Capital, de R$ 30,71 (ver tabela abaixo).

Os dados são de pesquisa encomendada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador), que considerou o valor médio de uma refeição fora de casa, tendo como base o preço do prato principal nas variações comercial, self-service, executivo e à la carte, acompanhado de bebida não alcoólica, sobremesa e cafezinho para arrematar.

Segundo presidente da Assert, Artur Renato Brito de Almeida, a média do valor do vale de refeição oferecido pelas empresas brasileiras é de R$ 13 por dia. "Categorias mais organizadas costumam negociar para obter valores mais altos e utilizam os dados da pesquisa como referência em sua argumentação", diz Almeida.

A explicação para os preços altos do Grande ABC pode estar na falta de concorrência. "De forma geral, o valor do prato é menor nas praças em que a competição pelo cliente é mais intensa. Isso faz com que mesmo restaurantes caros de São Paulo sempre ofereçam um menu executivo a preços mais acessíveis na hora do almoço. Na região este tipo de oferta é rara, o que empurra as médias para cima", observa o presidente da Assert.

Número de restaurantes estável e clientela crescente são elementos que também favorecem o aumento dos preços. "O fato é que o perfil da atividade econômica na região está mudando e, com ele, os hábitos de alimentação", diz presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hotelaria e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira.

"De uma realidade eminentemente industrial, em que os funcionários comem fora de casa, mas dentro da empresa, em refeitórios, a região hoje tem cada vez mais gente trabalhando no setor de serviços. E faz parte da rotina do prestador comer em restaurantes", analisa Moreira.

Esse movimento de mudança nem sempre é percebido por quem busca alternativas para empreender. Mas, os resultados desta pesquisa apontam que há boas oportunidades na região para quem quiser abrir o próprio negócio no setor de alimentação. "Só haver demanda não garante sucesso. É preciso achar um bom ponto, oferecer diferenciais no cardápio e caprichar no bom atendimento", aconselha.

 

Inflação foi menor para quem come fora de casa

Em 2012, a inflação atingiu mais quem compra alimentos no supermercado, para prepará-los em casa, do que quem prefere comer em restaurantes. No ano passado, a inflação da refeição fora do lar foi de 8,59%, significativamente mais alta que a média da inflação geral, que ficou em 5,84%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Já a alimentação em domicílio sofreu mais com os aumentos de preços dos ingredientes, e elevou a média da inflação para 10,04%, quase o dobro da média do IPCA.

A inflação é maior na comida que a gente leva para dentro de casa do que na que comemos fora por conta da variação dos preços no varejo frente às negociações em atacado e estratégias contra o desperdício, que barateiam os custos dos restaurantes.

 




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