Economia Titulo Entrevista
Novo presidente da Coop vai continuar projetos

Executivo Marcio Francisco Blanco do Valle dará, a partir
desta segunda, continuidade aos projetos da gestão passada

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
01/04/2013 | 07:27
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André Henriques/DGABC


A partir de hoje, a Coop (Cooperativa de Consumo), com matriz em Santo André e mais de 1,6 milhão de cooperados, segue com novo presidente, o executivo Marcio Francisco Blanco do Valle. Ele dará continuidade aos projetos da gestão passada como a unidade no Interior, vendas on-line, inauguração de drogarias externas e investimento de R$ 40,65 milhões ao longo deste ano – valor 9,8% maior do que o de 2012. Em termos de fornecimento bruto (total em vendas), a rede projeta somar R$ 1,952 bilhão.

 

DIÁRIO - Quais são os projetos da Coop para este ano?

MARCIO FRANCISCO BLANCO DO VALLE -  Temos previsto a inauguração da unidade do Interior, em Sorocaba e o posto de combustível em São Bernardo, que deve acontecer em maio. Outra grande novidade é a estréia no mercado on-line. A partir de agora o cliente poderá comprar pelo site da rede aparelhos eletroportáteis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Além, é claro, das duas drogarias externas inauguradas em São Bernardo.

DIÁRIO - Esse ano será para acompanhar essas ações?

VALLE - Exatamente. São ações que já estavam previstas há algum tempo, e estamos concretizando agora. Tudo foi planejado. Pode ser que apareça uma oportunidade ou outra. Mas o grande eixo já foi planejado, vamos seguí-lo.

DIÁRIO - Qual o perfil do consumidor da Coop?

VALLE - Falar em perfil é complicado. A grosso modo a Coop atende, em maior volume, as classes B e C. Isso é apenas uma referência. Mas não é que a classe A, por exemplo, não compra. Tem pessoas pertencentes a classe A que compram em atacarejo, inclusive. Por quê? Porque ela sabe o valor do dinheiro, a relação entre custo-benefício. Nós, enquanto varejo, temos que definir um campo de atuação, uma proposta de valor que esteja adequada a filosofia. Essa proposta de valor tem que estar muito explícita para o consumidor. O que nós não podemos é querer agradar a todos o tempo todo. Essa é a receita do fracasso.

DIÁRIO - Qual a projeção de crescimento para este ano?

VALLE - Para 2013 a previsão é de R$ 1,9 bilhão de fornecimento. Chamamos de fornecimento bruto e não faturamento porque a Coop não vende. Teoricamente, o cooperado já entregou seu dinheiro para a cooperativa numa compra anterior. Por isso que somos chamados de unidade de distribuição.

DIÁRIO - Qual a expectativa, de uma forma geral, para o setor supermercadista ao longo deste ano?

VALLE - Eu não diria que o consumo continue crescendo como vinha. No ano passado deu uma estabilizada, assim como em outros setores da economia, como o imobiliário e o de veículos. Todos os setores se acomodaram depois de uma forte fase de crescimento. Mas, no caso do varejo, é um setor que sofre menos essas variações, por vender itens de primeira necessidade. A rede pode ter prejuízo no setor de eletroeletrônico, cujos itens são mais caros, mas, o ‘grosso’ do mercado se mantém. Por isso acreditamos que teremos crescimento em torno de 10% nominal, com ganho real de 4%, além da inflação. É um crescimento otimista em relação ao que a gente está vendo, principalmente na indústria, que infelizmente não consegue se desenvolver por questões macroeconômicas. Precisamos que tanto a agricultura quanto a indústria estejam fortes para sustentar o consumo interno.

DIÁRIO - Com o crescimento da classe C, a relação de consumo mudou?

VALLE - O que realmente ocorreu foi a sofisticação do consumo das famílias. Vemos isso na questão de marcas próprias, genéricas. Muita gente migrou para as marcas conhecidas. Além disso, há um amadurecimento por parte dos clientes. Hoje você coloca um produto barato, mas com qualidade. As pessoas compraram preços, sabem o valor das coisas.

 




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