Pré-candidatos ao governo de São Paulo e possíveis adversários na corrida eleitoral de 2010, o deputado federal Antonio Palocci (PT) e o secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSDB), evitaram o tema eleições em encontro ontem em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Eles participaram do evento que marcou o início das transmissões digitais de EPTV, afiliada da Rede Globo no interior paulista. "Saudações médicas", foi a frase de Alckmin a Palocci, ao ser cumprimentado pelo deputado, na única manifestação pública entre ambos, que são médicos.

Além dos dois, outros políticos, como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), estiveram no evento, na sede da emissora.

"Eleição é no ano que vem e tudo o que é feito neste ano é esquentamento de motores, mas acho que nada se decide na verdade", disse Palocci, segundo o qual "as definições vão acontecer em fevereiro ou março".

O deputado ainda foi breve em sua resposta sobre a viabilidade de duas candidaturas da base do governo, de Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB), à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não sei, é uma coisa que só a prática vai mostrar."

Palocci considerou "positiva" a filiação de Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao PSB. Mas ele não quis ponderar sobre a possibilidade de um representante do empresariado, como Skaf, figurar como candidato a vice de um petista em São Paulo, a exemplo do que ocorreu com o vice-presidente José Alencar (PR), aliado do presidente Lula nos dois últimos pleitos federais.

"Não vou dizer que o Skaf pode ser vice porque ele tem o direito de ser candidato a qualquer cargo, inclusive a governador", disse Palocci. "Mas é saudável que um empresário se filie, acho que é positivo para a democracia brasileira".

Já Alckmin voltou a usar o velho jargão sobre os "dois ansiosos" para não antecipar o quadro de campanha eleitoral para São Paulo em 2010.

"Os dois ansiosos, políticos e jornalistas, é que ficam querendo antecipar as coisas", brincou Alckmin que, no entanto, acredita que o nome do candidato à Presidência da República do PSDB deverá ser definido até dezembro.

Alckmin destacou a boa relação com o DEM e com Kassab e disse esperar que o PSDB consiga alianças, além do DEM, com PMDB, PPS e PTB. Indagado se Palocci seria um bom adversário, o ex-governador voltou a se esquivar. "Adversário não se escolhe", concluiu o tucano.