Depois de montar acampamento por oito horas em frente a Boainaim, produtora de solventes e tintas de São Bernardo, os demitidos da empresa decidiram deixar o local com a promessa de negociações.

A decisão de suspender o protesto foi tomada em assembleia após reunião com a empresa.

Segundo o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Antonio Odésio, a direção da Boainaim afirmou que todos os bens, dívidas e credores estavam no Pedido de Recuperação Judicial - a antiga concordata - que corre na 9º Vara Civil de São Bernardo, o que tornava impossível qualquer tipo de pagamento aos trabalhadores.

"Eles disseram que seria necessário esperar a decisão do juiz e caso seja aceito o pedido, os trabalhadores serão os primeiros a receberem os valores referentes aos 40% da multa do FGTS e as verbas rescisórias", explicou Odésio.

O diretor lembrou que a empresa também sugeriu aos trabalhadores que entrassem com processo judicial pedindo alvará para liberação do FGTS e do seguro desemprego.

Depois do protesto dos 85 demitidos da unidade de Jandira (interior do Estado) e dos 35 demitidos da unidade de São Bernardo, os trabalhadores que estão sem receber as verbas rescisórias decidiram suspender a ocupação até segunda-feira, quando se reúnem com os advogados do sindicato para buscar alternativas melhores.

Entre os demitidos das duas unidades encontram-se cipeiros, dirigentes sindicais e trabalhadores sob tratamento médico por motivos ocupacionais.