As autoridades locais decretaram nesta terça-feira um toque de recolher na cidade de Urumqi, depois de novos distúrbios étnicos na capital da região de Xinjiang (noroeste da China), informa a agência estatal Xinhua (Nova China).

Um dos principais funcionários do Partido Comunista de Xinjiang, Wang Leguan, anunciou na televisão que o toque de recolher vai vigorar entre as 21h00 e as 8h00 locais de quarta-feira, para evitar a repetição dos atos de violência na cidade de dois milhões de habitantes.

Leguan pediu calma às duas comunidades em conflito, os hans, etnia majoritária na China, e os uigures, principal comunidade muçulmana em Xinjiang.

No domingo, a repressão dos protestos de uigures resultou na morte de 156 pessoas e deixou 1 mil feridos, segundo dados oficiais.

"A polícia chinesa prendeu 1.434 pessoas ligadas aos distúrbios da tarde de domingo em Urumqi", revela a agência oficial, sem dar detalhes.

Nesta terça-feira, novos distúrbios étnicos explodiram em Urumqi, a capital da região de Xinjiang (noroeste da China), 48 horas após a onda de violência que deixou 156 mortos na região.

Apesar das drásticas medidas de segurança, que incluem a presença ostensiva de policiais armados com metralhadoras, escopetas e cassetetes, pelo menos 10 mil integrantes da etnia han - majoritária na China - saíram às ruas de Urumqi com armas improvisadas, como pedaços de paus, correntes e facas, para vingar-se dos uigures, etnia minoritária muçulmana de língua turca.

Os chineses han, considerados opressores pelos uigures de Xinjiang, buscavam uma revanche dos atos de violência de domingo que resultaram em 156 mortes e deixaram mais de 1.000 feridos. Além disso, 1.434 pessoas foram detidas, acusadas pelas autoridades de assassinato, agressão e saques.

A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão, mas isto não foi suficiente para dispersar os manifestantes.