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Diadema tem economia solidária na escola

Cerca de 760 alunos de 7 a 12 anos vão cultivar verduras e hortaliças e comercializar o excedente no entorno do colégio

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
23/03/2013 | 07:29
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Celso Luiz/DGABC


Cerca de 760 alunos da escola municipal Professora Fabíola Lima Goyano terão, a partir de agora, conceitos de economia solidária em suas aulas. Para absorver melhor os aprendizados de ciências e biologia, e ainda aprender, na prática, noções de empreendedorismo, as crianças, de 7 a 12 anos, vão cultivar 26 canteiros de hortas no quintal da escola. As verduras e hortaliças serão consumidas no próprio local e, o excedente, será comercializado para quem mora no entorno do colégio - que ficará com os recursos.

"As crianças são extraordinárias propagadoras. Elas deverão levar para casa esses conceitos e serem os professores de seus pais", explica o secretário de Desenvolvimento de Diadema, Wagner Kuroiwa. "Queremos despertar nelas uma cidadania ativa, para que elas conheçam seus direitos e deveres ao vivenciar isso."

De acordo com Kuroiwa, não serão investidos recursos da Prefeitura para a ação. Os profissionais envolvidos são empregados do município ou voluntários.

Os alunos também poderão ter noções de economia solidária durante as aulas de artes, por meio de projetos de reciclagem, utilizando resíduos para criar produtos de ecodesign. "Um simples artesanato pode só enfeitar. Já o ecodesign tem uma função. Por exemplo, é possível fazer uma luminária com papel de coador de café", explica o professor de Arte e arquiteto Valdir Santana.

Ele conta que o primeiro trabalho lúdico a ser desenvolvido com as crianças será compor um muro da escola com resíduos de garrafas PET com flores em seu interior. "Será inspirado no jardim vertical do Burle Marx (parque da Capital) e nas obras de (Juan) Miró."

Ambas atividades são pioneiras na cidade e compõem o projeto Escola Modelo da Economia Solidária, lançado em evento, ontem, no colégio.

EMPREGO - Para o prefeito de Diadema, Lauro Michels, um dos objetivos é agregar sustentabilidade às coisas que geralmente são descartadas. "O intuito da Prefeitura em inserir conceitos de economia solidária nas escolas é gerar emprego." Hoje, em torno de 20 mil pessoas na cidade vivem de atividades como o artesanato, costura, horta e catador de reciclados.

O secretário de Educação, Marcos Michels, explica que a escola foi escolhida por concentrar grande parte da população. Dos cerca de 400 mil habitantes, mais de 25%, ou seja, 80 mil, moram no bairro Inamar, onde fica o colégio. "Há alguns anos, essa era uma das piores escolas do município", lembra.

Ele ressalta que será implantado no colégio Professora Fabíola Lima Goyano, ainda, sistema de coleta seletiva de lixo.

PARA OS PAIS

Com o intuito de aproximar os pais da escola, o secretário da Educação conta que serão oferecidas, à noite, oficinas no próprio colégio, como corte e costura e marcenaria.

Ele também afirma que, aos poucos, essas iniciativas serão expandidas para os demais colégios municipais.




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