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Trabalho voluntário dá novo teto a oito famílias

Voluntários e comunidade erguem moradias no Cata Preta

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
12/12/2011 | 07:00
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Ao invés de período de descanso, o fim de semana de 90 voluntários da ONG chilena Um Teto Para meu País foi de muito trabalho. Grupos de famílias, amigos e universitários foram responsáveis pela construção de oito casas de madeira pré-fabricadas que custam R$ 3.500 em dois dias no Núcleo Cata Preta, em Santo André.

 

Esta é a segunda ação do tipo na mesma região. Em abril, a ONG beneficiou 19 famílias com casas de madeira pré-fabricadas de 18 metros quadrados. As moradias são feitas com compensado de madeira e telhas tipo brasilit. No primeiro dia, os trabalhadores fazem a fundação da casa, que fica suspensa do chão, com estacas de madeira e o piso. A segunda etapa da obra consiste na montagem dos painéis de madeira e do telhado.

 

Por ser a última construção do ano, esta ganhou caráter ainda mais solidário. Além das empresas parceiras do projeto, que financiam a compra dos materiais de construção, famílias voluntárias arrecadaram o valor das moradias e se dedicaram a erguer um teto para pessoas carentes. "Está sendo uma experiência incrível. A gente aprende a dar valor às pequenas coisas", destaca a administradora Regina Maria da Silva Dias, 50 anos. Junto com o marido e os dois filhos, ela resolveu conhecer outra realidade no fim de semana. "Meu filho já participa há um ano e meio, então resolvemos conhecer. Vale muito a pena ajudar", diz.

 

Para aqueles que já estão envolvidos na construção das casas há mais tempo, caso da estudante do curso de Gestão Ambiental Letícia Turco Brandão, 21, o trabalho árduo e o cansaço ficam em segundo plano. "Desde a primeira vez que participei do projeto, há um ano e meio, me apaixonei e não deixei mais de ajudar. O legal é que conheci uma realidade bem mais próxima da minha do que imaginava", destaca.

 

Os volunatários ficaram alojados na EE Valdomiro Silveira, cedida pela Diretoria Regional de Ensino, e receberam alimentação da própria comunidade.

 

Famílias vão pagar R$ 150 pela moradia

O esforço de pagar R$ 150 para ter novo lar dará tranquilidade para oito moradores de um dos núcleos mais carentes de Santo André. As famílias beneficiadas pelo projeto foram indicadas pela Prefeitura, obedecendo critérios de péssimas condições de moradia.

 

A dona de casa Lenice de Jesus Santama, 32, é só felicidade. "Meu barraco estava em estado lamentável. Agora teremos tranquilidade para enfrentar os temporais no verão", diz. Instalada no local há dois anos, ela revela que agora os filhos de 6 e 10 anos estarão menos propícios a adquirir doenças. "Aqui tem muito rato e, quando chovia, minha casa ficava cheia de água", lembra.

 

O caso do ajudante geral Elias Alves de Oliveira, 49, é diferente. Ele ajuda na reconstrução da casa da ex-mulher e três filhos, que pegou fogo no fim de novembro. "Gostei da casinha, mas estou separado da mulher, então já arrumei um lugarzinho no Caminho dos Eucaliptos, aqui no bairro João Ramalho", esclarece. Enquanto esperam pela nova casa, os filhos e a ex-mulher estão alojados na casa de vizinhos.




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