Política Titulo Após posse
Juliano admite negociar
apoio por cargos na Craisa

Dupla peemedebista busca agenda com Grana ainda nesta
semana para sacramentar a posição da bancada na Câmara

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/03/2013 | 07:00
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Em tratativas com o prefeito Carlos Grana (PT), o vereador de Santo André Sargento Juliano (PMDB) admitiu ontem, durante a sessão, que a negociação de cargos na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) e Serviço Funerário está atrelada ao apoio da bancada peemedebista - ele e José de Araújo - ao governo petista. Os dois setores, que recebem repasses do Orçamento da Prefeitura, são, historicamente, ligados a indicados do PMDB.

Um mês após tomar posse oficial na Câmara, Juliano sustentou que "há luz no fim do túnel" para avançar no diálogo com o PT. Segundo o parlamentar, Grana necessita demonstrar ser favorável a abrir as portas para "colaboração" do PMDB na gestão. "Pretensão existe de participar na Craisa e Funerária, um pouco em cada uma. Agora, precisa ver a disponibilidade do governo. É interessante que eles percebam que podemos ajudá-los. Até a eleição (de 2016) a gente tem muito a contribuir."

A dupla peemedebista busca agenda com Grana ainda nesta semana para sacramentar o posicionamento da bancada na Câmara. A marcação do encontro entre as partes está a cargo do secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), interlocutor do Paço com o Legislativo. O presidente estadual do PMDB, deputado Baleia Rossi, entrou em contato com o prefeito para intermediar a reunião. A princípio, porém, o dirigente desconhece a transação.

Reticente, José de Araújo reconheceu o "bom relacionamento com o governo", mas afirmou que a ideia é "conversar primeiro com o prefeito" antes de anunciar a postura do PMDB. "Queremos participar das discussões da administração", disse, ao negar que o fato de ter aderido à campanha do então prefeito Aidan Ravin (PTB), desde o primeiro turno na eleição de 2012, influencie na questão. "Não muda, não tem nada a ver."

Tiago Nogueira avaliou o pleito dos parlamentares com "naturalidade" por se tratar da abertura da gestão a partido político. "O governo (Grana) é de coalizão. É natural que o PMDB e outros partidos vão querer espaço. Isso faz parte para discutir não só governabilidade, mas o dia a dia. Ninguém quer só votar projetos", citou, ao mencionar a participação de PSD e PDT no primeiro escalão.

Araújo manteve as críticas ao presidente da provisória municipal do PMDB, Nilson Bonome, ao frisar que o dirigente não está autorizado a negociar em seu nome. "Assuntos do PMDB quem trata sou eu e o Juliano. Nós somos o partido. O Bonome não tem meia dúzia de filiados." Bonome não foi localizado para falar do assunto.

 

 




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