"Ter sido campeão brasileiro não garante ninguém no time". A afirmação foi feita por Muricy Ramalho em sua primeira entrevista coletiva do ano, concedida em 14 de janeiro, no salão nobre do Morumbi. Passaram-se 56 dias, e o tempo provou que o treinador do São Paulo estava certo: três titulares na campanha do título perderam espaço na formação que ele considera ideal.

"Há algum tempo estou mexendo pouco na equipe. Estamos definindo o time", afirmou Muricy, ontem, ao falar sobre a formação titular do São Paulo. "Mas claro que sempre dentro da nossa filosofia. Aqui joga quem está melhor. Se o cara não for bem quando tiver chance, coloco outro."

A primeira vítima foi o zagueiro Rodrigo. Por causa do impasse no acerto de um novo empréstimo com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, ele se apresentou oito dias depois do restante do elenco, perdendo o início da pré-temporada. Como não estava em boas condições físicas, Muricy apostou em Renato Silva, que aproveitou para cavar seu espaço.

"O Rodrigo precisou fazer todo o trabalho sozinho e é diferente. Ele continua sendo bom jogador, mas aqui, se tiver chance e ir bem, fica no time", resumiu Muricy. Por isso mesmo, Renato Silva não se sente titular. "Sinto que aproveitei minha chance, mas existe uma concorrência grande na defesa. Preciso mostrar todos os dias nos treinos que tenho condições de ser titular", afirmou o zagueiro.

A mesma situação de Rodrigo acomete Hugo. O problema é que ele não manteve o ritmo na temporada e perdeu espaço para o recém-contratado Júnior Cesar.

Por fim, quem aparece nesta lista é Dagoberto. O atacante estava em alta até arrumar encrenca com Washington depois da derrota para o Santos na Vila Belmiro. Depois, ele ficou no banco contra o América de Cali no jogo pela Libertadores e foi expulso em Mogi Mirim no Paulistão.