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Após retomada, Grande ABC dá início a diálogo

Governos e sociedade civil se reúnem em seminário para propor soluções contra a crise financeira mundial

Marcos Seabra
Do Diário do Grande ABC
11/03/2009 | 07:00
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O Grande ABC começa a definir apenas hoje, no seminário O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, com que armas as autoridades federais, estaduais e regionais pretendem enfrentar os efeitos da crise econômica na região.

Porém, a iniciativa chega tarde. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), por exemplo, indicam que as vendas em fevereiro, representadas pelo licenciamento de veículos novos, chegaram ao mesmo nível de 2008 - 199 mil unidades, contra 200 mil no ano passado.

De qualquer forma, os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, além do governador do Estado, José Serra, o secretário estadual do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e prefeitos das cidades da região estarão sentados à mesma mesa durante o seminário para propor soluções e alternativas para frear o desaquecimento econômico e o desemprego.

Mais do que um palanque político, - já que, pela primeira vez nos últimos meses, Serra e Dilma, dois dos principais aspirantes à Presidência da República estarão frente à frente -, o seminário tem o intuito de apontar soluções para o desemprego que atingiu a região.

Como a economia do Grande ABC vive e sobrevive da indústria automobilística, parte das dispensas foi estancada com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre veículos. Essa redução fez com que as vendas internas reagissem.

Apesar de elogiada por todos, a solução chegou tarde. O setor de autopeças e de pneus no Grande ABC já contabilizou mais de 5.000 demitidos, além de um número indeterminado de acordos para redução de jornada e de salários de trabalhadores do segmento e da indústria de pneus. O próximo setor a sentir os efeitos dessas dispensas será o do comércio, vítima da diminuição da renda dos trabalhadores.

PLANOS - Hoje, durante o seminário, espera-se que a ministra Dilma não se limite a elencar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como "arma" contra o desemprego. Também espera-se do governador ações objetivas, além daquelas já anunciadas como o reaproveitamento de créditos do ICMS ou a instalação de programas de triagem e requalificação de trabalhadores.

Amanhã, no segundo dia do seminário, prefeitos e secretários municipais vão expor planos para diminuir custos das empresas e meios de proteger o emprego dos trabalhadores.

Grupos de trabalho vão propor soluções para melhorar o acesso das empresas ao crédito, a mercados importadores, além de discutir a tributação em excesso do meio produtivo e a proteção ao emprego.

Ao fim dos trabalhos, o compromisso dos organizadores é a elaboração de uma Carta do ABC com propostas concretas de combate ao desemprego e à estagnação econômica na região.




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