Rachado, o DEM de Santo André reúne-se na manhã de hoje para discutir que rumo irá tomar em relação ao governo. O encontro deve, enfim, selar o voto favorável dos democratas ao projeto de reforma administrativa. A decisão será uma prévia de como deve ser a postura da legenda na Câmara daqui por diante.

"Os vereadores foram na reunião (ocorrida sexta-feira) para discutir o projeto, que estava muito ruim. O prefeito recuou e acatou às solicitações dos democratas. Vamos nos reunir e decidir isso. Votar é outra coisa", disse o presidente municipal do partido, Raimundo Salles.

Apesar de admitir que um eventual apoio ao governo Aidan seja "difícil por incoerências políticas", Salles tem uma opinião isolada. "Se o Salles não quiser que eu assine (o projeto), vou seguir meu coração e fazer o que é melhor para a cidade", afirmou Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho, vice-presidente da Câmara.

"A periferia é carente quase de tudo, então acho que fazer oposição ao governo não me ajudaria em nada. Mesmo com a questão da fidelidade partidária, infelizmente, terei de tomar uma posição contrária", emendou o líder da bancada, Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro.

Ambos os vereadores declararam que, se dependesse somente da vontade deles, o partido estaria na sustentação de Aidan. Evilásio Santana Santos, o Bahia (DEM), não foi encontrado para comentar o assunto.

Governabilidade - Até o momento, o chefe do Executivo tem garantidos apenas dez votos, de um total de 21 vereadores. Para aprovar projetos de maioria simples, são necessários 11 votos; os de maioria absoluta, como a reforma administrativa, precisam de, no mínimo, 14 adesões.

A situação de Aidan se complicou a partir do momento em que o PSB - até então tido como o fiel da balança - declarou oposição ao governo. Ao mesmo tempo, o DEM, que até então estava fechado na base de sustentação, havia decidido votar desfavoravelmente à reforma administrativa proposta pelo Paço.