Vágner Mancini quer aproveitar a semana livre de jogos no Santos para melhorar o condicionamento físico dos jogadores e treinar duas ou três variações táticas para evitar que o seu time se torne óbvio e fácil de ser neutralizado. Depois da vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, no clássico de domingo, o técnico admitiu que a formação com três zagueiros deu certo, mas teme que ela fique conhecida demais.

"Gosto de ter opções ensaiadas para mudar a maneira da equipe atuar sem ter que trocar jogadores, bastando um sinal combinado partindo do banco. Em algumas situações, o ideal é jogar com três zagueiros, mas em outras não", afirmou Vágner Mancini, que assumiu o comando do Santos no dia 16 de fevereiro, no lugar de Márcio Fernandes, e já fez quatro jogos em duas semanas - vitórias sobre Rio Branco (AC), pela Copa do Brasil, Botafogo e São Paulo, além do empate com Bragantino, pelo Paulistão.

Nesse período, foi possível realizar apenas dois treinos coletivos e outros dois trabalhos técnicos. Assim, sua prioridade até agora foi atacar a parte física, sem o que não poderia exigir o empenho dos jogadores durante os 90 minutos. Com poucos dias de trabalho, Mancini descobriu os pontos fracos da equipe, mas, como o prazo para inscrição no Paulistão terminou na última sexta-feira, não houve possibilidade de novos reforços.

Ao mesmo tempo, ele percebeu que ainda vai demorar para poder contar com o meia-atacante equatoriano Bolaños, destaque da LDU na conquista da Libertadores do ano passado, e com o meia Lúcio Flávio, os dois reforços mais importantes do início de temporada. Até o garoto Wesley foi afastado para passar por uma reciclagem física. Mas, em compensação, Vágner Mancini ganhou o zagueiro Fabão, que recuperou seu espaço no time, e o meia colombiano Molina, também de volta à boa fase.

Enquanto o treinador se diz assustado com a rápida assimilação do seu trabalho no Santos, os jogadores do elenco aprovam a sua franqueza nas conversas individuais e com o grupo, ouvindo opiniões e aceitando explicações. Nesta semana, Mancini deu folga geral ontem, mas promete pegar pesado nos próximos dias, com treinamento em dois períodos hoje e amanhã. Tudo para manter o embalo santista no Paulistão, onde já chegou ao G-4, grupo dos quatro primeiros colocados, e não pensa em sair mais.