A obra da pintora e escultora japonesa Tomie Ohtake já tem lugar em território andreense. A escultura, presente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, será atrativo extra para o Paço Municipal, último projeto do arquiteto Rino Levi, um dos principais nomes do modernismo do Brasil, morto em 1965.

A obra será instalada entre o espelho d'água e o prédio da Câmara dos Vereadores. A artista entregou ontem maquete da escultura ao secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Raimundo Salles. "Foi bastante simbólico porque foi no Dia Internacional da Mulher e a artista é um exemplo da importância feminina", afirma.

A entrega da maquete também marcou o início da execução da escultura, que será fundida na unidade da Fundição Tupy de Joinville. O monumento, em chapa de aço, pesará 15 toneladas, terá cor vermelha, formato de fita e medirá 12 m de altura e 2,5m de largura.

Enquanto a criação de Tomie ganha forma em Santa Catarina, o espaço que abrigará a gigantesca fita também começará a ser preparado nos próximos dias, já que a escultura vai se apoiar em sapata de concreto enterrado de 5 m x 5 m.

Por conta da complexidade de execução, transporte e instalação, a inauguração da obra sofrerá atrasos. Esperava-se apresentá-la à população em 1º de maio, durante as comemorações do Dia do Trabalho. Agora, readequados os planos, a estimativa é que isso ocorra em agosto, afirma Salles.

CENTENÁRIA - A trajetória de Tomie Ohtake, que completa 100 anos em 21 de novembro, é inspiração para artistas de qualquer linguagem, tamanho o crescimento que conquistou. Nascida em Kioto, chegou ao Brasil em 1936. A carreira teve início apenas após os 40 anos. Sua primeira exposição individual de pintura foi no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1957. Nos anos 1960, período em que se naturalizou brasileira, seu estilo tomou forma.

O instituto que leva o nome da artista, dirigido pelo filho Ricardo Ohtake, organizou série de homenagens para o centenário e Santo André deve receber parte dessas atividades.

Correspondências, uma das três exposições programadas, atualmente no Instituto Tomie Ohtake, migrará para o Salão de Exposições, do Paço. "A mostra deve ocupar o espaço após a realização do Salão de Artes da cidade, entre o fim de maio e o início de junho", afirma Salles.