A dez dias do primeiro turno da eleição, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) reapareceu ao lado do candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf. Os dois estiveram juntos ontem pela manhã, em campanha de Skaf na Zona Norte.

Fleury virou personagem da eleição quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, tentou associar a imagem do ex-chefe do Executivo paulista à de Skaf. Entre as críticas, o tucano disse que Mário Covas (PSDB, morto em 2001) herdou Estado “quebrado”, argumento rebatido por Fleury, que administrou São Paulo entre 1991 e 1994. Embora contrariado com os questionamentos de Alckmin, Fleury optou por não mais acompanhar as agendas públicas de Skaf.

Ontem, os dois peemedebistas foram à sede da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência. Em pouco mais de uma hora no local, os dois quase não interagiram, já que Skaf conversava com policiais e funcionários, enquanto Fleury acompanhava a distância o correligionário pedir votos.

“Eu sempre apoiei os policiais militares. E o atual governador não prestigia. Esse órgão é independente, se mantém sem essa ajuda”, afirmou Fleury, justificando sua participação no ato político do presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Segundo ele, a visita à sede da associação foi “específica”.

Fleury voltou a negar ser coordenador da campanha de Skaf, principalmente na área de Segurança. “Minhas ações são mais focadas no que diz respeito à coligação. Não tenho atuado em outras frentes. O vice (José Roberto Batochio, do PDT) é quem vem conversando sobres essas questões, principalmente em assuntos ligados à Segurança”, contemporizou o ex-governador.

Por pouco mais de uma hora, Skaf conversou com frequentadores da associação, enfatizando ações de defesa pública e valorização da corporação. “Os policiais militares têm de ser respeitados, valorizados e cobrados por resultados”. Ele não falou sobre Fleury.

APOIO CALADO
Quando Alckmin buscou associar a imagem de Fleury à de Skaf, o candidato do PMDB correu para minimizar a atuação do ex-governador em sua campanha.

O mesmo posicionamento foi adotado pelo ex-gestor da Fiesp quando o governador tucano citou que o deputado federal Paulo Maluf (PP) e o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) integravam o arco de alianças do PMDB, sinalizando que Skaf não representaria a renovação pregada por ele no horário eleitoral.