A Secretaria de Segurança de Santo André ainda não foi criada, mas Adilson de Lima, delegado do Setor de Homicídios e futuro secretário, já planeja o que fará com a GCM (Guarda Civil Municipal), cujo comando será a principal atribuição da Pasta.

"A Guarda Civil, além de ter a missão constitucional da garantia dos bens, instalações e serviços, pode colaborar muito na melhora de segurança do município. Nosso projeto de segurança é formado por uma série de programas integrados", diz Lima. Um desses projetos é Romo (Rondas com Motos), que será iniciado com dez motocicletas, com previsão de aumentar a frota para até 50. Para estruturar a guarda, Lima afirma que vai elaborar um plano de carreira e contratar mais pessoal. Hoje são 504 guardas e um concurso público em breve selecionará mais 70 homens.

O delegado admite que o fortalecimento da Guarda Civil pode causar, em suas palavras, "ciúmes" das outras corporações. "Não queremos de forma alguma interferir em competência de instituição nenhuma", diz. "A missão da secretaria é fazer uma articulação entre os órgãos de segurança pública que atuam na cidade."

Segundo Lima e o novo comandante da GCM, Paulo Bento Rodrigues, a Guarda também terá uma ação voltada às comunidades. "A GCM até hoje nunca fez um trabalho de ação comunitária", diz Rodrigues. "Só pode haver mudança quando o agente público interage com a comunidade."

Lima e Rodrigues prevêem que nem o "ciúme" das outras polícias nem controvérsias do passado atrapalhem o trabalho. Em 1993, um ex-guarda civil acusou Rodrigues de o humilhar durante treinamento, mas a investigação foi arquivada por falta de provas. "Na Guarda não tenho nenhum passado que possa me questionar quanto a minha postura", diz Rodrigues. "Isso passou por uma comissão constituída pela Prefeitura, por dois promotores e por um delegado. Isso não existiu."