Economia Titulo Anulado
Rússia cancela acordo sobre gás
Da AFP
11/01/2009 | 18:27
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O presidente russo, Dimitri Medvedev, cancelou neste domingo o acordo firmado com União Européia e Ucrânia sobre o envio de observadores para acompanhar o trânsito do gás russo para a Europa.

Medvedev disse que a decisão foi provocada por um adendo manuscrito feito pelo lado ucraniano no documento formal do acordo.

"Penso que quem assinou este documento e acrescentou reservas sabe das consequências legais de suas ações", disse Medvedev na TV.

"Assim, somos obrigados a considerar este documento nulo e sem valor para nós. Não aplicaremos isto enquanto o adendo não for retirado" pela parte ucraniana, afirmou.

O premiê russo, Vladimir Putin, telefonou ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, para denunciar a "inadmissível" atitude de Kiev de emendar o acordo por conta própria.

Durante a conversa, o premiê russo "chamou a atenção de Durão Barroso sobre o fato de que qualquer adendo ao protocolo firmado em Moscou por representantes da Rússia e da União Européia cujo conteúdo não foi acertado com a parte russa é inadmissível".

Putin denunciou especialmente uma frase manuscrita pela parte ucraniana, após o documento ser firmado pelos russos. O envio de observadores europeus para verificar o trânsito de gás pela Ucrânia é uma exigência fundamental de Moscou, que acusa Kiev de desviar o produto para o próprio consumo.

O acordo tinha sido firmado na véspera, após gestões diretas do primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Européia.

Topolanek foi pessoalmente à Rússia para conversar com Putin, visando à rápida retomada do fornecimento do gás russo a vários países europeus, interrompido há dias devido ao conflito entre Moscou e Kiev.

Na ocasião, Putin advertiu que a retomada do fornecimento poderia ser suspensa se Moscou constatasse novos "roubos" de gás no trajeto pela Ucrânia.

"Quando o mecanismo de controle entrar em vigor, abriremos imediatamente o gás, mas olharemos quanto gás entra no território ucraniano e quanto gás sai. Se constatarmos roubos e se parte do gás se perder, reduziremos novamente os fornecimentos na mesma quantidade", advertiu Putin no sábado.

O forte inverno que atinge a Europa torna a questão do fornecimento do gás russo, utilizado em calefação, fundamental para alguns países da UE.




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