Um estudo feito pela Secretaria de Saúde de Santo André e o Cesco (Centro de Estudos de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina do ABC) mostra que o conhecimento sobre os riscos da dengue é maior entre a população com renda mais alta, grupo que também mostrou ter maior acesso aos meios de comunicação.

A pesquisa foi realizada em julho com moradores da região dos bairros Capuava, Alzira Franco e Rina. Por 32 dias foram mapeados 2.487 imóveis e entrevistados 685 moradores.

Em 135 residências foram detectados potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, que é o transmissor da dengue.

Os entrevistados com renda mais baixa responderam que a responsabilidade de resolver o problema da dengue é do poder público enquanto as pessoas com renda maior apontaram ser responsáveis as administrações e a população.

"A maioria das pessoas que responderam ter menos responsabilidade para sanar o problema tinha em suas residências maior potencialidade de formar focos de dengue (objetos armazenados de forma a atrair o mosquito)", explica o coordenador de geoprocessamento do Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André, Romualdo Juliatto.

Focos do Aedes aegypti foram encontrados este ano nos bairros-alvo da pesquisa. Mesmo assim, 76% dos entrevistados acreditam que a localidade possui risco baixo de dengue. Eles apontaram a poluição e os ratos como maiores ameaças à saúde.

Para Juliatto, o levantamento é um incentivo ao poder público de outras cidades e ao setor acadêmico para encontrar novas soluções para erradicar a dengue. Para otimizar o estudo, os pesquisadores utilizaram um aparelho chamado de Assistente Pessoal de Dados, uma espécie de computador de mão com informações da área pesquisada. "Um estudo com esse tipo de equipamento é inovador no Brasil", afirma Juliatto.