Esportes Titulo Santo André
Mascote: a emoção de entrar em campo
Dérek Bittencourt
Especial para o Diário
23/11/2008 | 07:12
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Quando o Santo André joga no estádio Bruno Daniel, uma verdadeira legião de pequenos torcedores entram o campo com os titulares do Ramalhão. Este fato ganhou notoriedade recentemente, com a boa fase vivida pelo time. Mas desde 2002 o trabalho é feito por Liliana Simionato, coordenadora de promoções e eventos do clube.

Cerca de 120 crianças entre dois e 12 anos vão ao Brunão por partida, para acompanhar o time da entrada do gramado até a saudação à torcida. Essas crianças vêm de escolas estaduais e do Projeto de Atletismo Esporte e Vida. "E para o ano que vem a idéia é trazer 200", explica Liliana. No jogo contra o Corinthians, pela Série B, por exemplo, 250 mascotes acompanharam o time.

Apesar de ser funcionária do clube, esta parte que envolve os mascotes é feita de forma voluntária. Em nenhum momento, porém, Liliana reclamou disso e, pelo contrário, gosta do que faz. "E quero continuar até quando estiver bem velhinha, independentemente de trabalhar no clube ou não."

Torcedor do Santo André e mascote do time, Rômulo Souza de Oliveira, de 16 anos, conta qual a sensação de estar lado-a-lado com os ídolos. "Não tem explicação. É muito legal, porque não é todo mundo que pode. É emocionante", conta.

O garoto, aliás, lembra de um episódio engraçado que ocorreu neste ano. "Sai correndo atrás do (Márcio) Mixirica para pedir um autógrafo, mas não consegui. Um dia ainda pego", avisou. Apesar dessa tentativa, não é permitido entrar com caneta, máquina fotográfica ou celular em campo.

A história dos jovens mascotes já vem de longe. Quem começou esse trabalho foi Nelson Gomes da Silva, o Nelsinho, que é diretor do clube há 32 anos, e teve a idéia entre 1978 e 1979. "Surgiu como forma de promoção. Eram 100 garotos que vinham e traziam a família. A meta era fixar o público, de três a quatro mil pessoas, que vinham com o interesse de ver o filho, ou até mesmo pela distribuição de brindes", conta Nelson.

Aliás, quando a coordenadora quis trazer o projeto de volta após 23 anos, Nelsinho deu o maior apoio. "Quando ela teve a idéia, conversou comigo e assimilou o projeto. E está de parabéns, porque tem feito com sucesso", disse. "Faço por devoção ao time e como homenagem a ele", concluiu Liliana.

Procura cresceu após a chegada de Marcelinho Carioca

A possibilidade de ver, tocar e estar na presença de um ídolo é algo inexplicável a uma criança. Fazem o impossível para ter um segundo ao lado daquele que consideram o maioral. Marcelinho Carioca se encaixa nesse perfil e, segundo Liliana Simionato, a procura para ser mascote, após a chegada do meia, cresceu. "Depois dele teve mais interesse. Antes já vinha um grande número, mas virou uma constância ainda maior", disse.

Para haver uma rotação entre as crianças que pleiteavam um lugar perto do craque, a coordenadora teve de implantar uma regra às escolas. "Tem de haver uma triagem para trazê-los em circuito. Cada semana vem uma sala", explica.

As crianças vêem em Marcelinho uma imagem de simplicidade e atenção, tanto é que quando a oportunidade surge, não querem nem soltar. É o caso de Isabela Marcolino, de 12 anos, que há seis meses é mascote. "Uma vez entrei com ele e não quis mais largar sua mão", conta aos risos a jovem, que diz torcer pelo Ramalhão.

O meia também é protagonista, segundo Liliana, de uma das histórias mais bonitas nestes seis anos em que está a frente do projeto. "Dois irmãos, de sete e oito anos, entraram com o time em campo. Na saída, correram até o Marcelinho e lhe entregaram uma carta. A mãe queria contar uma história a ele. Passados dois jogos esses meninos voltaram e o Marcelinho chamou-os para treinar em sua escolinha de futebol, Não premeditei, eles fizeram escondido, mas foi um ponto positivo", contou.




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