Representantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) construíram ontem outros quatro barracos de madeira no terreno público invadido na Rua Andirá, no Jardim Paranavaí, em Mauá, desde o dia 6. As construções seriam para abrigar as crianças do acampamento e protegê-las do frio.

Entre as 238 famílias reunidas na ocupação, há pelo menos 50 crianças. A maioria dos invasores fica em barracos cobertos por lona.

As construções deixam os vizinhos da ocupação em estado de alerta. Depois que o prefeito Leonel Damo (PV) anunciou que não entrará com ação de reintegração de posse para exigir a retirada das famílias, moradores temem que a invasão seja permanente e se transforme em favela. "Os barracos de madeira são sinal de que eles ficarão um bom tempo por aqui. Isto nos deixa cada vez mais incomodados, pois além de desvalorizar o bairro, o movimento traz insegurança", comenta o estudante Reginaldo Souza, 26 anos.

Líderes do MTST lembram que não têm intenção de permanecer na área. "Não lutamos por terra e sim por moradia digna", diz Luciano Lopes, 31.

Na segunda-feira (17), Damo disse que o movimento poderia permanecer no terreno até que a Prefeitura tenha um projeto de moradia às famílias, mas até o momento não anunciou quais serão as ações.