O comerciante Antônio Conrado de Lima, 54 anos, foi morto a tiros por volta das 21h30 de anteontem, na porta de seu bar na Avenida Valentim Magalhães, no Condomínio Maracanã, em Santo André.

Lima morreu segurando um revólver calibre 38 nas mãos. Ele tinha adquirido a arma para se defender. Em dez anos, sofreu 27 assaltos, segundo sua família.

"O dinheiro do caixa sumiu. Talvez este tenha sido o vigésimo oitavo assalto e ele acabou perdendo a vida", lamentou a filha do comerciante, de 28 anos. Ela cuidava de cinco filhos e duas netas depois que a mulher de Lima morreu.

A polícia informou que houve uma discussão dentro do estabelecimento e, em seguida, ocorreram os disparos. Lima foi atingido por três tiros e ficou caído na entrada do bar. Depois de balear o comerciante, os suspeitos, entre eles uma mulher, teriam entrado em um Fusca azul e fugido.

Quando a polícia chegou, a vítima ainda estava no chão. O revólver que segurava tinha as munições intactas.

Lima chegou a ser levado em uma viatura da PM para o Centro Hospitalar Municipal, mas não resistiu aos ferimentos.

O comerciante é ex-policial militar e havia trabalhado por seis anos como soldado na Capital. Segundo a família e os amigos de Lima, apesar da antiga atividade, ele não costumava usar arma. "Meu pai nem gostava de falar daqueles tempos na polícia. Acho que foi mais uma tentativa de roubo e talvez ele tenha reagido", afirmou a filha do comerciante. A suspeita da família de Lima é a mesma de um de seus amigos.

Para um funcionário público, que conhecia o ex-PM há muito tempo, "ele teria tentado tomar a arma de um dos assaltantes e acabou sendo baleado pelo outro quando conseguiu pegar o revólver".