O G-12 - grupo formado por 12 vereadores de oposição ao governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT) - vistoriou ontem a iluminação pública da cidade, que é de responsabilidade da empresa terceirizada Terwan. O bloco reclamou da ausência de equipes de reparo nas ruas e da quantidade de pontos escuros em diversos bairros.

Para fazer a análise, os vereadores se dividiram em equipes e percorreram o município a partir das 20h. Às 22h30, retornaram à Câmara para juntar todas as informações colhidas e produzir um relatório, que será utilizado como argumento para cobrar da empresa e da Prefeitura melhorias no atendimento na sessão de hoje do Legislativo.

"Talvez a empresa possa ir à Câmara nos dar explicações sobre essa situação", disse Almir Cicote (PSB). O presidente do Legislativo, Donisete Pereira (PV), entende que a presença da Terwan na Casa pode facilitar o entendimento da situação. "A gente vai conversar com a Prefeitura e pedir uma prestação de contas da empresa. A Terwan pode ter resolvido problemas que a gente ainda não enxergou."

Durante o percurso, os vereadores disseram ter encontrado apenas uma equipe da empresa atuando na noite de ontem. O atendimento ocorria na Avenida Pereira Barreto, em troca de lâmpada no corredor do trólebus, segundo os parlamentares. "Recebem R$ 4 milhões para melhorar a iluminação da nossa cidade mas não é isso que estamos vendo nas ruas", contestou Cicote.

O vereador Lobo (PDT) disse que testou o serviço de atendimento pelo telefone 0800 da terceirizada ontem. "Estava fora do ar, sem funcionar nada. Além dos vereadores, esse é o único caminho para o munícipe reclamar. A falta de iluminação aumenta os índices de criminalidade, a Polícia Militar já tem essas informações."

Entre os bairros citados pelos parlamentares atingidos por pontos de apagão estão: Bangu, Parque das Nações, Centro, Camilópolis, Capuava, Matarazzo, Ana Maria entre outros. O vereador Cosmo do Gás (PTdoB) ironizou a situação no Bangu: "Vou comprar lanternas para os moradores conseguirem transitar à noite pelo bairro".

Em pontos do percurso, integrantes do G-12 pararam moradores para coletar informações sobre o tempo da falta de manutenção.

O contrato com a Terwan é de R$ 3,98 milhões, válido por até seis meses. Há cerca de 15 dias, o secretário de Obras, Paulinho Serra, conseguiu por meio de cobrança direta à companhia, a ampliação para três equipes de três pessoas no atendimento diurno e sete para chamados noturnos. A intenção foi agilizar atendimento de reclamações feitas via telefone 0800. Paulinho e Grana não foram localizados pela equipe do Diário para comentar o caso.