Economia Titulo Emprego
Região perde 19 mil autônomos,
mas ganha 25 mil assalariados

Boa parte desses profissionais foi absorvida, em janeiro, por
indústria e comércio; o cenário no início do ano surpreendeu

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
28/02/2013 | 07:24
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O cenário do emprego no Grande ABC neste início de ano surpreendeu. A região perdeu, em janeiro, 19 mil profissionais autônomos, que até dezembro atuavam nas sete cidades, e ganhou, por outro lado, 25 mil assalariados, sendo 24 mil com registro em carteira. Uma parte desses autônomos deixou de atuar no mercado, no mês passado, por este ser um período mais tranquilo para a economia, sem datas comemorativas. Outra parcela foi absorvida pela indústria, que abriu 10 mil vagas, e pelo comércio e reparação de veículos, que contrataram 12 mil pessoas.

Os dados foram divulgados ontem pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade/Dieese. O estudo leva em conta tanto profissionais com carteira assinada como informais e considera as entrevistas domiciliares realizadas em 600 casas, com 2.500 pessoas. Cerca de 20% estão empregados fora da região.

MUDANÇA - O que chamou a atenção nas informações divulgadas ontem é que volume de autônomos, normalmente, cresce quando as empresas não estão contratando. Com isso, o trabalho por conta surge como alternativa à falta de oportunidade com salário. E quando a oferta de vagas aumenta o número de trabalhadores autônomos diminui. Na avaliação da economista técnica do Dieese Ana Maria Belavenuto, a queda acentuada em janeiro tem a ver com a sazonalidade. "Na medida em que a atividade econômica se retrai, o número cai também."

Para o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, embora a quantidade de trabalhadores por conta tenha reduzido bastante, boa parte pode ter sido absorvida pelos setores privado e público e outros podem ter se dado férias. Hoje atuam na região 160 mil autônomos, 31 mil a menos que em janeiro de 2012 e o mesmo nível que em janeiro de 2009, auge da crise financeira.

DESTAQUE - Comércio e reparação de veículos destacaram-se em janeiro, com a contratação de 12 mil pessoas. Embora o período seja tipicamente marcado pela demissão de temporários admitidos no último trimestre do ano, em 2013 houve reversão nesta tendência. "O primeiro trimestre está deixando de ser período de redução no emprego. E o comércio está criando hábitos, com o setor prolongando liquidações e ofertas para atrair o consumidor, o que demanda mão de obra", explicou Loloian.

Ana Maria complementou que muita gente ainda aproveitou o IPI reduzido para adquirir carro zero-quilômetro em janeiro. Isso porque durante o mês, embora a alíquota do imposto para os veículos com motor 1.0 tenha subido para 2%, muitas unidades foram comercializadas com preços de 2012, o que atraiu consumidores. "Essa movimentação no setor, aliada à ocupação estável, ajudou a elevar o emprego."

A indústria também surpreendeu pelo fato de o período não ser marcado, tradicionalmente, por contratações. Na contramão, o setor de serviços demitiu 22 mil pessoas, principalmente no segmento de Educação. Nos demais sub-setores foi feito ajuste, já que muitos profissionais foram contratados nos últimos anos e havia mais trabalhadores que o necessário. No fim das contas, a taxa de desemprego permaneceu estável, em 9,4%, com 129 mil pessoas sem ocupação, mesmo volume de dezembro e 1.000 a menos que em janeiro de 2012.

 




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