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Iron Maiden promete voltar
Melina Dias
Do Diário do Grande ABC
04/03/2008 | 07:06
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Não houve surpresas, até porque os 37 mil fãs que lotaram o Parque Antártica, em São Paulo, para ver o Iron Maiden anteontem sabiam exatamente o que queriam ouvir: o melhor da banda nos anos 1980.

O que mais se via eram fãs cantando letras inteiras com Bruce Dickinson, dedilhando as linhas de baixo com Steve Harris e reproduzindo cada movimento do baterista Nicko McBrain.

Na volta para o encerramento, o vocalista agradeceu ao público por ter comprado todos os ingressos e disse que a banda voltará ao Brasil em breve com mais efeitos pirotécnicos, bonecos, enfim, toda a parafernália que se espera do Iron. Também adiantou que o baterista McBrain deve vir antes “para nos torturar com seus workshops”.

Conforme previsto, às 19h, a banda da filha do baixista, Lauren Harris, tocou seis musiquinhas de um hard rock que, se não agradou, também não ofendeu.

Neste intervalo, uma chuva de verão desabou. Forte, mas breve, refrescou e divertiu. Terminou minutos antes de o show começar, às 20h, o que não impediu Bruce Dickinson de mostrar o dedo do meio para o céu. Elétrico e em ótima forma, várias vezes ele correu e deslizou nas poças que se formaram no palco.

As 16 canções do espetáculo foram pinçadas dos álbuns The Number of the Beast (1982), Piece of Mind (1983), Powerslave (1984), Somewhere in Time (1986) e Seventh Son of a Seventh Son (1988).

Nas capas desses discos, o monstro mascote Eddie apareceu em vários visuais, que neste show serviram para compor os painéis de fundo do cenário, uma tumba egípcia. O boneco Eddie surgiu ‘em pessoa’, com visual robótico, na execução da faixa que leva o nome da banda.

As populares Aces High, seguida de 2 Minutes to Midnight abriram a noite. Apesar da implicância de fãs mais xiitas, a formação atual com três guitarristas – Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers – mandou bem em músicas mais encorpadas como Revelations e The Trooper.

O vocalista Bruce Dickinson relembrou passagens do grupo pelo País, onde chegou a tocar para 300 mil pessoas (Rock in Rio, 1985). Foi ovacionado e cobriu o rosto com a bandeira nacional.

Vieram mais clássicos, como Wasted Years, seguida de The Number of the Beast e Can I Play with Madness.

Funcionaram perfeitamente no meio do set list Rime of the Ancient Mariner e Powerslave, fundamentais na discografia. Aliás, Dickinson, vestido com uma capa negra, lembrou que a letra da primeira é inspirada em poema do inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834), para acrescentar que o achava profético quando se relaciona a obra à atual situação mundial. Foi a hora do estádio acender isqueiros e celulares.

O momento farra foi quando o time de futebol de Steve Harris e amigos que acompanham a turnê subiram ao palco em Heaven Can Wait, seguida de Run to the Hills.

Esse foi o primeiro show da etapa brasileira de Somewhere Back in Time World Tour 2008. Hoje eles se apresentam em Curitiba e amanhã em Porto Alegre, antes de encerrar a América do Sul com apresentações na Argentina (7) e Chile (9). A amplitude da turnê, que já passou por Índia, Austrália, Japão, EUA, México, Costa Rica e Colômbia, é possibilitada pelo grupo viajar em seu próprio Astraeus Boeing 757, pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson.




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