O drama da aposentada Neusa Machado de Oliveira, 62 anos, ilustra a situação de várias pessoas, que precisam de medicamentos de alto custo, não têm condições de arcar com o preço e retiram as drogas na farmácia do Hospital Mário Covas.
Ela está há mais de um mês sem tomar o remédio de osteoporose. “Desde janeiro que o remédio está em falta. Já fui várias vezes lá e voltei de mãos vazias”, conta Neusa, moradora de Santo André.
A aposentada precisa tomar um comprimido de risedronato sódico a cada semana, por recomendação médica. “Recebo um salário mínimo e o remédio custa cerca de R$150”, diz.
Segundo Neusa, desde o ano passado ela recebia a medicação, que chegava no começo do mês. “Sempre teve muita fila para pegar o remédio, de duas a três horas esperando, no sol e na chuva, mas sempre conseguia”, disse.
A aposentada conta que sem os remédios seus ossos estão enfraquecendo. “Sinto dores nas pernas. O médico nem sabe que estou sem a medicação”, afirmou.
Eduardo Machado de Oliveira, 25 anos, filho de Neusa acha a situação vergonhosa. “Vejo minha mãe ligar diariamente e indo várias vezes até a farmácia à toa. É um direito dela receber.”
Neusa diz que os funcionários da farmácia alegam que a quantidade de pessoas cadastradas tem aumentado e, com isso, os remédios esgotam. “Só me resta aguardar e esperar chegar, mas pelo visto, terei que comprar”, disse.
RESPOSTAUma funcionária da farmácia assumiu que o medicamento está em falta e disse que o único jeito é ligar para saber quando irá normalizar a situação e, esperar.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que os medicamentos já estão pagos, mas que não foram entregues pelo laboratório EMS, que informou que pretende regularizar a situação até segunda-feira.
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