As medidas do governo, elevando tributos, fez subir a temperatura política e armou o cenário de uma nova crise entre Planalto e oposição no Congresso, antes mesmo dos parlamentares voltarem a trabalhar, no início de fevereiro.

Ao mesmo tempo em que se dizem traídos pelo governo, que se comprometeu a não baixar nenhum pacote fiscal e tributário quando negociou a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), líderes de oposição já ameaçam retaliar o Planalto.

“Vamos fazer o possível para derrotar o aumento da CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido) dos bancos, que será repassada ao usuário e vai travar o crescimento”, disse ontem o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN). A CSLL, aumentada por medida provisória, precisa ser aprovada pelo Congresso.

A disposição dos adversários de derrubar as medidas tributárias pode dificultar a aprovação de outras propostas de interesse do governo que estão na fila de votações, como a que cria a TV Pública, também correm risco de serem rejeitadas. Mas isto não assusta nem intimida o Planalto.

“O governo está preparado. Nós vamos atravessar o deserto”, avisa o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

José Agripino insiste, no entanto, que haverá uma ampla mobilização da opinião pública para derrubar o pacote do governo e que está em jogo algo mais do que o aumento de imposto que será repassado ao usuário.