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'Um Crime Americano' mostra rotina de horror e crueldade
22/08/2008 | 07:04
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O caso aconteceu no Estado de Indiana, nos anos 1960, e é trazido tal e qual se deu neste Um Crime Americano, de Tommy O'Haver. Por causa de um trabalho itinerante em parques de diversões, um casal deixa as duas filhas aos cuidados de uma mulher, Gertrude Baniszewski (Catherine Keener). A princípio, as meninas, Sylvia Likens (Ellen Page, de Juno) e Jennie (Hayley McFarland), dão-se bem na casa de Gertrude, a quem chamam de Gertie. Casa cheia, pois ela é mãe de seis filhos, de várias idades, verdadeira escadinha.

Mas aos poucos a vida das duas transforma-se em horror. Gertie é obviamente uma desequilibrada, com problemas mentais, familiares e sexuais. O resto da família não parece também lá muito normal. Mas o que existe de mais interessante no filme (se ele não abusasse tanto das cenas de sadismo) seria o estudo que faz sobre a cumplicidade e a indiferença.

Gertie é uma doente. Como tal é retratada (e muito bem interpretada por Catherine Keener). O'Haver evita tratá-la como demônio. Parece mais um caso psiquiátrico. Mas o que existe de mais estimulante, na maneira como se aborda o caso, é a cortina de silêncio que cai sobre um crime cometido à vista de todos. Dessa forma, talvez pareça eficaz a maneira como O'Haver narra o caso - através da própria protagonista, em sua tristeza e solidão. Com uma nota de lucidez desesperançada.




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