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Taxa média de juros atinge menor nível desde 1995
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/02/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O ano começou com mais um marco histórico no setor financeiro. Os empréstimos para as famílias apresentaram custo médio de 5,43%, redução de 0,01 ponto percentual em relação ao registro de dezembro e menor patamar desde 1995.

O resultado é da Pesquisa de Juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), publicada ontem. A equipe econômica da entidade avaliou que existe tendência de os juros recuarem ainda mais nos próximos meses. No entanto, a inflação é um dos motivos que podem mudar esse cenário, caso ganhe mais corpo do que o esperado.

Para a equipe econômica da Anefac, a inadimplência caminha para trajetória de descida, um dos motivos que sustentam a previsão de juros menores. Avalia ainda que a competição entre os bancos pelos clientes está cada vez mais acirrada, o que também deverá estimular novas baixas.

Mas aqueles que estão se planejando para contratar algum tipo de crédito devem ficar atentos. "Talvez este seja o momento mais oportuno para isso", disse o professor do MBA de Gestão de Risco da Trevisan Escola de Negócios e sócio da consultoria financeira Planing, Cláudio Gonçalves. Para ele, a inflação pode mudar o patamar atual e gerar encarecimento dos empréstimos.

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, destacou que as oportunidades estão mais ligadas às portabilidades de crédito. "Trocar dívida cara, como a do cartão de crédito, por empréstimo pessoal ou consignado, por exemplo", explicou.

Na avaliação do sócio da Planin e professor da Trevisan, o patamar atual dos juros é baixo se as condições de risco aos bancos forem consideradas. Mas a inflação está ganhando força, na previsão do mercado financeiro, e a tendência é de novos aumentos na Selic, que é a taxa básica de juros nacional. A consequência disso seria incrementos no custo de todas as operações de crédito. Em resumo, há probabilidade para os empréstimos ficarem mais caros, pontua Gonçalves.

MAIS INFLAÇÃO - Conforme o boletim Focus, do Banco Central, publicado ontem, os especialistas do mercado financeiro elevaram a previsão para a inflação  oficial do País de 2013 de 5,68% para 5,71%. É a sexta semana consecutiva que a expectativa deste indicador é ampliada no documento, que reúne a opinião de representantes de, aproximadamente, 100 empresas.

Normalmente, o governo federal utiliza a Selic como uma das ferramentas para controlar a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na teoria, se a Selic cai, os juros acompanham este movimento e estimulam mais consumo, gerando elevação na atividade econômica e na inflação. Aumentar a Selic proporcionaria exatamente o contrário na economia nacional.

PERCENTUAIS - Os juros do comércio e do cheque especial apresentaram quedas em relação a dezembro e encerraram janeiro em, respectivamente, 4% ao mês e 7,77% ao mês. O cartão de crédito (9,37%) e os empréstimos pessoais dos bancos (2,93%) e financeiras (6,96%) apresentaram taxas iguais ao último mês de 2012. E o preço médio dos financiamentos de veículos subiu de 1,52% ao mês para 1,54%.

 

 




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