Em abril os consumidores do Grande ABC desembolsaram R$ 12,12 a menos pela cesta básica em relação a março. Com a redução (4,09%), o preço do conjunto de primeira necessidade - que era de R$ 296,21 e passou a custar R$ 284,09 - registrou até o momento o maior recuo de 2008.

Segundo a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), a queda foi estimulada principalmente pelo preço da batata (29,28%), da dúzia de ovos brancos (28,01%), do feijão carioca (20,10%), do sabão em pó (14,15%) e do tomate (8,60%).

"O movimento de retração nos preços do feijão já começou a ser sentidos durante o mês passado e ficou mais acentuado neste mês, o fato é que os valores praticados anteriormente já tinham atingido cotações impraticáveis para a maior parte dos consumidores e a regularização da oferta permitiu o recuo", comenta o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto.

Além disso, o consumidor pagou menos pelo frango (5,68%) e pelos itens do hortigranjeiros. Este segundo, apontou um recuou de 24,16% em relação ao mês anterior.

"Todos os itens do conjunto dos hortigranjeiros tiveram retração. Com fim do verão, período em que tradicionalmente os preços são mais altos devido as condições desfavoráveis, ao cultivo de hortaliças (altas temperaturas e umidade elevada) e a demanda costuma retrair com o frio, a tendência é de preços mais baixos", diz Benedetto.

Apesar disso, abril outros alimentos registraram uma forte pressão na mesa das famílias das sete cidades. O arroz, por exemplo, subiu 4,32%. De acordo com o técnico agrícola da Craisa, os valores salgados foram influenciados pela oferta ajustada e as previsões de estoques mundiais baixos.

Também a oferta mundial inferior do trigo e o embargo da Argentina (maior fornecedor do cereal para o Brasil), impulsionou o aumento na região da bola doce (17,27%), da bolacha salgada (8,22%), da farinha de trigo (6,70%), do macarrão espaguete (3,88%) e do pão francês (3,04%).

Outro item que apontou aumento no mês passado foi a carne vermelha. Os cortes de primeira (cortes traseiros) e de segunda (cortes dianteiros) tiveram alta de 2,81% e 3,22% respectivamente.

Benedetto afirma ainda que os valores acompanham um movimento generalizado de alta nos preços dos alimentos, com os cereais (insumos utilizados na produção animal).