Economia Titulo Combustível
Postos da região começam a receber álcool com reajuste

Após a alta de 10% da gasolina nas refinarias, álcool começou a chegar R$ 0,07 mais caro na região

Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
06/05/2008 | 07:15
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Ao anunciar o aumento em 10% do preço da gasolina nas refinarias, na semana passada, o governo federal afirmou que o reajuste não seria repassado para o consumidor. No entanto, na onda desse aumento, a tendência é de alta nos combustíveis, inclusive do álcool que já começou a chegar R$ 0,07 mais caro a alguns postos da região.

Proprietários reclamam já terem recebido álcool com reajuste e o presidente do Regran, entidade que representa o varejo de combustíveis, José Antônio Gonzalez Garcia, o Toninho, disse que algumas distribuidoras nem ao menos fizeram as entregas do produto à base da cana-de-açúcar prevista para o dia.

"Certas bandeiras já estão entregando o álcool com aumento, que pode chegar a R$ 0,12 por litro. Mas há distribuidoras que não fizeram a entrega hoje (ontem) e, pior, não informaram se haverá ou não reajuste", disse.

Toninho afirmou estar preocupado com o pedido do presidente Lula para que o consumidor denuncie postos que aumentarem preços.
"Não dá para segurar, teremos de repassar para o consumidor caso o produto chegue mais caro para nós. Por que não denunciar também os produtores? Não há porque o álcool subir. Há excesso de produção e por isso o preço deveria estar baixando".

O gerente do Auto Posto Cabeça Branca, de Santo André, Luís Adolfo, comentou não entender a razão para o aumento de preço. "Estávamos esperando baixa", comentou, lembrando que atualmente as vendas de álcool superam em 20% as de gasolina.

GASOLINA
Ao permitir o reajuste da gasolina nas refinarias, o governo federal reduziu a Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico) com a finalidade de evitar que o aumento chegasse ao consumidor.

No entanto, o reajuste do álcool acabará elevando o valor do combustível derivado do petróleo nas bombas. É que a gasolina tem 25% de álcool anidro adicionado.

Segundo pesquisa feita pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP (Universidade de São Paulo), o álcool anidro sofreu, na última semana, alta de 0,79% e o hidratado de 5,62% das usinas para os distribuidores.

O vice-presidente executivo do Sindicom (Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis), Alísio Vaz, afirmou que o governo não tem como controlar preços. "Os combustíveis seguem política de preços livres. Não há mecanismos para determinar qual seria o valor justo".




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