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Fundação investiga vazamento de dossiê

Investigação para apurar se reitor inventou congresso para poder viajar acontece na 2ª etapa da sindicância

Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
06/05/2008 | 07:10
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A Fundação Santo André anunciou ontem a abertura de uma sindicância interna para apurar o vazamento de documentos e notas fiscais que deram origem ao dossiê com acusações de fraudes que envolvem o reitor da instituição, Odair Bermelho. Essa sindicância não tem prazo para ser encerrada e os resultados serão encaminhados ao Ministério Público Estadual, segundo o departamento jurídico da entidade.

A investigação para apurar se o reitor Odair Bermelho realmente teria inventado um congresso no Nordeste para poder viajar pelo Maranhão e se teria adulterado e forjado notas fiscais para engordar o reembolso de despesas - acusações presentes em um dossiê -, só acontecerá em uma segunda etapa da sindicância, segundo os advogados Daniela de Almeida Victor e Samuel André de Oliveira Neto, do departamento jurídico do centro universitário.

"A sindicância tem o mesmo poder do presidente da Fundação (o reitor Bermelho). Pode investigar todos os funcionários e procedimentos adotados pelo departamento financeiro", disse Oliveira Neto. A comissão de sindicância é formada por dois professores e um funcionário da Fundação, que foram nomeados por meio de indicações da direção da entidade de ensino.

Desde 28 de abril, as investigações estariam concentradas no levantamento de toda a documentação existente no departamento financeiro. Isso porque a reitoria não sabe se outros documentos - além daqueles que compunham o dossiê -, saíram dos arquivos do centro universitário ou não. "Os únicos documentos que temos certeza do paradeiro são aqueles retirados pelo MP na quarta-feira passada", disse Oliveira Neto, referindo-se aos cerca de 400 papéis apreendidos pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) durante o cumprimento de um mandado de busca na véspera do feriado passado.

PUNIÇÕES
Depois desse levantamento, a comissão vai apurar supostas responsabilidades civis e criminais das pessoas que teriam levado os documentos. Os autores do furto de papéis serão denunciados ao Ministério Público pela comissão.

Os advogados da Fundação garantem que os membros dessa comissão terão autonomia e independência, mas dizem não haver nenhum tipo de blindagem contra perseguições políticas caso o grupo esbarre nas intenções da reitoria.

"É do interesse até do professor Odair Bermelho a apuração dessas denúncias e a correção de eventuais falhas", disse a advogada Daniela. O reitor ainda não decidiu falar com a imprensa a respeito das informações que pesam contra ele.




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