Há pouco mais de um mês no comando da Câmara de São Bernardo, o vereador Tião Mateus (PT) tem evitado o confronto direto com os 27 vereadores da Casa, principalmente da oposição. Ao contrário, o petista adota uma linha apaziguadora, de diálogo na Casa.

A postura pacata do chefe do Legislativo ocorre até mesmo com imbróglios que está tendo de lidar, com a conclusão da reforma da Câmara, inaugurada inacabada por Hiroyuki Minami (PSDB), antecessor do petista na chefia do Legislativo. O novo prédio ainda não tem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), por isso a Câmara está realizando as sessões em espaços improvisados.

Embora tenha criticado Minami por ter usado o prédio da Casa em duas ocasiões, na diplomação do prefeito Luiz Marinho (PT), do vice, Frank Aguiar (PTB), e dos vereadores eleitos e na primeira sessão do ano, para eleição da mesa diretora, Tião não pretende abrir nenhuma representação contra o tucano.

"Quem resolve os nossos problemas não é o Ministério Público, que é um õrgão importante, mas não vai resolver as nossas demandas, principalmente essa questão do espaço para as sessões. E nós estamos cumprindo a lei em não realizar sessão sem o alvará dos bombeiros", disse o petista.

O chefe do Legislativo também não pretende levar à Justiça o contrato firmado por Minami em dezembro de 2012 para locação de 34 carros para a Câmara por um ano. A polêmica envolvendo o certame ocorreu porque os carros têm as placas de Guarulhos, o que faz com que metade do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) seja repassada para a cidade da Grande São Paulo.

"Procurei a empresa (Nevada Rent a Car) e fui informado de que no contrato a Câmara não pediu que as placas fossem de São Bernardo. Foi um erro da direção da Câmara naquele momento em não exigir que os documentos dos veículos fossem registrados aqui."

Desde que assumiu o comando do Legislativo, Tião Mateus tem procurado conversar com os vereadores e funcionários da Casa. Tamanho espírito democrático pode complicar a atuação do petista no comando dos trabalhos legislativos.

Em sua primeira experiência como condutor da Casa teve dificuldade para impedir o ímpeto dos vereadores que queriam fazer uso da palavra na tribuna. Para manter a sessão sob controle, o petista teve que elevar o tom de voz, até mesmo contra munícipes que acompanhavam a sessão.