Dezenas de casas de Santo André e parte do comércio da Estrada Velha do Mar, em São Bernardo, passaram a segunda-feira de Carnaval às escuras. O problema, segundo a AES Eletropaulo, foram os 2.300 raios e os ventos acima de 50 km/h, que provocaram interrupções em vários pontos desde a tarde de domingo. Até o fechamento desta edição, o fornecimento nas vilas Progresso e Bartira, ambas em Santo André, não havia sido restabelecido.

No escuro, os moradores tiveram que driblar as dificuldades. "Tenho 73 anos, moro sozinha e precisei colocar várias velas para não cair. É um perigo enorme, até de incêndio. Pior é que você liga para a Eletropaulo e eles ficam te enrolando. Cada hora passavam uma previsão diferente", reclama Cecília Fortaleza, moradora da Vila Progresso.

Inconformados com as mais de 30 horas de interrupção, moradores chegaram a paralisar a Avenida Queiroz Filho com queima de pneus, mas a manifestação foi rapidamente contida pela Polícia Militar.

Na Vila Bartira a situação também ficou complicada. A advogada Cecília Batista, 49 anos, promete reunir os moradores para acionar a AES Eletropaulo na Justiça. "Não é possível ficar mais de 30 horas sem energia elétrica. É inadmissível. Meus pais moram comigo e fiz caminhos de velas para que eles possam ir ao banheiro, por exemplo. Isso sem contar os alimentos que estavam na geladeira e que certamente estão estragados."

Segundo a distribuidora, o fornecimento seria restabelecido totalmente até o fim da noite de ontem. A empresa diz que disponibilizou 200 eletricistas para sanar o problema e a demora ocorreu por conta dos vários pontos afetados.