Sem conseguir vencer no Paulista da Série A-2 apesar das boas exibições, o técnico Ademir Fonseca decidiu ontem pela manhã deixar o comando do Santo André. A diretoria - que corre atrás de substituto e espera anunciá-lo hoje - chegou a um acordo com o ex-treinador e ambas as partes falaram que a mudança pode ser algo positivo para o Ramalhão no momento (o time está há cinco jogos sem vencer: dois empates e três derrotas).

"Conversei com o Celso (Luiz de Almeida, presidente) e com o Jairo (Livólis, vice) e chegamos a um acordo que precisava mudar para dar uma boa chacoalhada no time. Foram seis rodadas, o grupo é bom, mas não consegue vencer", afirmou o treinador. "Fizemos o que foi possível. Não tem gosto de decepção", emendou.

Segundo o presidente, porém, a intenção era que o comandante continuasse no Ramalhão. "Tentamos fazer com que ele ficasse, mas acha que é momento de mudar. Então, estamos à procura de outro", disse. "Estamos conversando com alguns treinadores mas, por enquanto, o Alan Dotti (auxiliar) fica interinamente no cargo. A ideia é resolver até amanhã (hoje)", emendou Celso Luiz de Almeida.

Diversos nomes são cotados para assumir o cargo. Entre eles Vilson Tadei, que está no Nacional-AM, Vagner Benazzi, sem clube, e Paulo Roberto, último algoz andreense na derrota (2 a 1) para o Rio Claro, sábado, no Interior, e que deu fortes indícios de que pode ser o próximo treinador.

"Realmente houve contato sim, mas até agora nada está definido. Tenho vínculo com o Rio Claro. Mas o Santo André projeta qualquer profissional e fiquei lisonjeado por ter o nome lembrado", disse Paulo Roberto, que elogiou o time. "Gostei. Tivemos dificuldades para vencê-los. A primeira impressão que tive foi muito boa", emendou o técnico.

O nome preferido da diretoria era Luis Carlos Martins, que recentemente deixou o Oeste, mas o negócio não deu certo. "Conversamos sim. Já trabalhei com o Celso e o Jairo no Santo André no acesso da Série C para a Série B do Brasileiro em 2003. Desde anteontem mantivemos contato, ambas as partes demonstraram interesse, mas não entramos em acordo", explicou. "Mas gostaria de agradecer o convite do Santo André e pelo lembrete da minha pessoa. Fiquei muito feliz por ser lembrado", emendou Martins.

Um dos principais responsáveis pela montagem do atual elenco, o ex-treinador acredita na recuperação ramalhina; "O grupo tem plena força para reverter essa situação", disse. "Quero agradecer a diretoria e jogadores do Santo André. Infelizmente não deu certo até o momento, mas peço que todos não percam a confiança. Conheci jogadores como (Marcio) Careca, Ramalho, Jardel, Luciano (Henrique), que são maravilhosos e que juntos com os demais podem reverter o atual cenário", emendou. "Espero que tenham tranquilidade e recebam bem o novo treinador", concluiu Fonseca, que estuda propostas de dois clubes.

Além do comandante, deixam o Ramalhão os auxiliares Winnicius e Willander, filhos do ex-técnico. Já os preparadores físico e de goleiros, Renato Vinhas e Ricardo Cruz, respectivamente, seguem nos cargos, segundo o presidente.

Treino é marcado por briga entre Clécio e Rogério

Os nervos estão à flor da pele no Ramalhão. Sem vencer há cinco jogos e na zona da degola na Série A-2, o ambiente ganha ares de tensão a cada rodada sem vitórias. E durante o treino de ontem, no Estádio Bruno Daniel (que sofreu com a tempestade de domingo), o volante Rogério e o meia Clécio se estranharam após dividida, trocaram chutes, empurrões e deixaram a atividade mais cedo.