Economia Titulo Crescimento do País
Governo diminui
previsão para o PIB

Projeção para 2014 cai pela metade, de
1,8% a 0,9%, a menor dos últimos cinco anos

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
23/09/2014 | 07:10
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Orlando Filho/DGABC


O governo federal alterou a previsão para o crescimento da atividade econômica brasileira deste ano para 0,9%. Isso significa que a nova projeção oficial para o PIB (Produto Interno Bruto), que era de 1,8%, caiu pela metade. No início do ano, o incremento esperado era de 2,5% em relação a 2013. Em valores monetários nominais, a expectativa governamental cai de geração de R$ 5,258 trilhões para R$ 5,206 trilhões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia avisado em agosto, quando foi publicado o PIB do segundo trimestre, que revisaria para baixo a expectativa de crescimento da economia devido ao cenário de recessão técnica, provocado por dois balanços negativos seguidos (-0,2% e -0,6%).

Se o País crescer 0,9% em 2014, este será o pior resultado nos últimos cinco anos. Em 2009, devido à crise financeira, a geração de riquezas ficou negativa em 0,3%.

Mesmo com o recuo, a revisão, publicada ontem pelo Ministério do Planejamento, está maior do que as estimativas do mercado financeiro. Conforme o boletim Focus, do BC (Banco Central), os especialistas e economistas das empresas financeiras e de análises econômicas esperam alta de 0,3%. Esse percentual é menor do que a expectativa da semana passada, de 0,33%. Desta maneira, o documento, que conta com os registros de, aproximadamente, 100 opiniões diferentes, registrou a 17ª queda semanal consecutiva para a previsão do crescimento do PIB.

Para o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo David Dantas, era previsível que o mercado rebaixasse mais uma vez a previsão para o crescimento do PIB deste ano. “O que a gente percebe é que existe um processo recessivo em curso. Os números e indicadores econômicos do País já apresentados mostram isso. O empresariado está com menor confiança tanto em relação à sua situação quanto à economia, na comparação com o começo do ano. E a inflação insiste em ficar acima da meta (do governo federal, que é de 6,5%).”

O Focus apresentou também incremento de 6,29% para 6,30% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 2014. “É um resultado não muito diferente da semana passada. Mostra mais um ajuste das casas que contribuem para o Focus”, disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Sobre a produção industrial, o documento apresentou recuo na queda, de -1,98% para -1,94%.

Como já disseram especialistas ao Diário, as projeções menores sobre o crescimento do PIB refletem a situação atual da economia, com base em indicadores econômicos, que são somados a análises estatísticas para gerar as projeções.

Os resultados em decréscimo do Focus impactam nas ações das empresas, ao desestimular a realização de investimentos ou até mesmo a manter a produção atual. Caso o mercado não demande mais tanto os serviços e produtos das companhias, a consequência mais provável é a demissão de profissionais e o congelamento da abertura de vagas. Isso implica na diminuição da renda disponível, o que contribui para que a economia não gire, ou seja, cresça muito pouco ou até apresente retração. 




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