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‘Pergunte ao Sesi e não a mim’, responde Skaf

Autor de taxa escolar na entidade, postulante
do PMDB em São Paulo evita detalhar contribuição

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
12/09/2014 | 07:28
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Marina Brandão/DGABC


“Sobre o Sesi, pergunte ao presidente em exercício e não a mim”. Esse foi o discurso adotado ontem pelo candidato ao governo do Estado pelo PMDB, Paulo Skaf, ao ser questionado sobre o montante arrecadado com a taxa cobrada aos alunos do Sesi, criada por ele, durante o período em que presidiu a instituição ligada à Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).

O tom ríspido praticado por Skaf surgiu após pergunta sobre valor somado da anualidade das cobranças e investimentos realizados com a verba obtida de estudantes. “Fiquei presidente do Sesi por dez anos e vocês (imprensa) nunca me perguntaram sobre isso. Hoje, sou candidato ao governo e quero saber dos problemas do Estado. Sobre a entidade, pergunte ao presidente em exercício e não a mim. Estou licenciado e não devo falar desses assuntos”, destacou. Quem comanda a entidade é Benjamin Steinbruch, aliado de primeira hora de Paulo Skaf.

Pelo quinto dia consecutivo, o Sesi omitiu a informação sobre os valores arrecadados com as cobranças. Questionada novamente pelo Diário, a instituição mantém posição da nota emitida por sua diretoria, na qual alega “ser transparente na descrição de suas receitas e despesas”. A entidade reforçou “prestar contas a órgãos federais de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União)”, salientando “ter garantido a aprovação de suas contas anuais até o momento”.

Entretanto, não há qualquer informação específica em seu site oficial referentes à verba arrecadada com as taxas escolares.

Entre 2004 a maio deste ano, Paulo Skaf presidiu a Fiesp e instituiu a cobrança aos estudantes do Sesi em 2007. O valor da anualidade varia entre R$ 1.500, no Ensino Fundamental, e R$ 2.300, no Ensino Médio.

A prática é contestada por pais de alunos, entidades sindicais e o MPF (Ministério Público Federal). A instituição integra o Sistema S, que recebe verbas de custeio do governo federal e incentivos fiscais.

Skaf, que buscou eleitorado em sua campanha promovendo seus feitos à frente da Fiesp, defendeu-se das cobranças das taxas, ressaltando “tratar-se de contribuição, cujo o valor é irrisório, e que não tem obrigatoriedade”.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada anteontem sobre cenário de intenções de voto, o peemedebista segue na segunda colocação, com 22% de preferência eleitoral, atrás do governador e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin, que possui 49%.

FILME
A empresa Latinamerica Entretenimento Internacional Ltda, cujo um dos sócios é André Skaf, filho de Paulo Skaf, não se pronunciou sobre reportagem de ontem do Diário, mostrando que a produtora recebeu aval do governo federal para captar R$ 8,2 milhões com intuito de realizar filme. A autorização da União aconteceu em um ano, tempo recorde (fac-símile ao lado detalha parte dos trâmites junto ao Ministério da Cultura).




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