Política Titulo Autorização
União aprova R$ 8 mi
a filme de filho de Skaf

Com aval do governo Dilma, produção de André
Skaf já conquistou R$ 1 milhão para rodar obra

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/09/2014 | 07:38
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Marina Brandão/DGABC


Empresa de André Skaf, filho do candidato ao governo do Estado pelo PMDB, Paulo Skaf, recebeu autorização da Ancine (Agência Nacional do Cinema), do governo federal, para captar R$ 8,2 milhões para produzir o filme O Vendedor de Sonhos, adaptação de famoso livro de Augusto Cury.

A quantia é teto estipulado pela Ancine para que longa-metragem conquiste verba de terceiros com benefícios de abatimento de impostos. Conforme a Lei 8.685/93, o valor pode ser custeado por empresas privadas em troca de incentivos fiscais.

De acordo com publicação no Diário Oficial da União, a Latinamerica Entretenimento Internacional Ltda – cujo um dos donos é André Skaf – já captou R$ 1 milhão para realização da adaptação da obra literária. A Latinamerica tem até dezembro de 2016 para levantar todo montante envolvido na produção cinematográfica.

A sinalização positiva para o projeto audiovisual de André Skaf, que tem como sócio o produtor Luiz Gonzaga Tubaldini Júnior, se deu em tempo recorde. A Latinamerica entrou com o pedido de solicitação de verba em 2013. Em um ano de tramitação, a proposta foi aceita pela Ancine, autarquia reguladora do mercado de cinema, vinculada desde 2003 ao Ministério da Cultura. No governo de Dilma Rousseff (PT), o PMDB de Paulo Skaf é o principal aliado na gestão e no Congresso Nacional.

Para efeito de comparação dos números em questão, o custo total do filme Lula, o Filho do Brasil, longa-metragem que conta a biografia do ex-presidente petista, foi de R$ 12 milhões, um dos mais altos do cinema nacional. Apesar deste cenário, a Ancine autorizou incentivos fiscais no valor de R$ 184,3 mil à produção. A maior parte do financiamento da película ocorreu de fontes privadas, embora série de empresas que bancaram as gravações e desenvolvimento do longa tivesse contrato com a administração federal.

Outro modelo cinematográfico que pode ser usado como exemplo para o tamanho do incentivo ao filme de André Skaf é Os Sonhos de um Sonhador – A História de Frank Aguiar, que relata a trajetória de vida do cantor piauiense e vice-prefeito de São Bernardo. A obra captou a metade do orçamento adquirido pelo filho de Skaf: obteve autorização de R$ 4 milhões para incorporar no longa-metragem, lançado no ano passado.

O Vendedor de Sonhos é baseado na obra literária do psicoterapeuta e escritor Augusto Cury. O livro vendeu mais de 16 milhões de exemplares no Brasil. Sócio de André Skaf na produtora, Tubaldini Júnior obteve os direitos da obra e resolveu transformá-la em filme.

Não é a primeira vez que a Latinamerica alcança montante volumoso para executar suas obras de cinema. Com aprovação do governo federal, a produtora conseguiu levantar R$ 4,6 milhões para fazer a montagem de O Concurso, cuja estreia aconteceu em 2013. A verba começou a engrossar a conta da companhia no fim de 2011 e se estendeu até agosto.

A Latinamerica evitou dar prazos para conclusão da adaptação cinematográfica. “O filme em questão está em fase de captação junto a empresas privadas e não tem data para produção”, mencionou a produtora, por meio de nota.

Produtora teve como sócia empresa que projeta aeroporto

A Latinamerica Entretenimento Internacional Ltda tinha recentemente no quadro societário a Skaf Infra Participações Ltda, também de propriedade de André Skaf e que é uma das empresas que integram projeto para construção do aeroporto de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo. O empreendimento tem previsão de investimento no valor de R$ 1 bilhão pelo período de dez anos e, como o Diário mostrou no domingo, possui professora aposentada do Estado como integrante da obra.

Assim como o pedido de recursos para O Vendedor de Sonhos, a proposta do aeródromo teve aval recorde na SAC (Secretaria de Aviação Civil), órgão ligado ao governo federal. A liberação final da proposta se deu em agosto de 2013, depois de apenas cinco meses do protocolo em Brasília, firmado pela empresa Harpia Logística, que lidera o grupo no empreendimento aeroviário. A Pasta é chefiada pelo ex-deputado Wellington Moreira Franco, filiado ao PMDB, partido de Paulo Skaf, pai de André.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) concedeu à empresa licença de uso do espaço aéreo. O aeroporto, por sua vez, continua vetado pela prefeitura de São Paulo.

O Diário revelou que o projeto mantém relação inusitada entre os seus sócios. Em meio a grandes empresários, como André Skaf e Fernando Botelho, herdeiro da Camargo Corrêa S/A, Danira Pereira, professora aposentada de Santos, com carreira na rede pública de Cubatão, é sócia na proposta.




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