Economia Titulo Incentivo
Autopeças
terão qualificação

Novo programa do Ministério do Desenvolvimento
oferecerá capacitação a 25 empresas do Grande ABC

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
11/09/2014 | 07:28
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Arquivo/DGABC


Foi lançado ontem no Grande ABC projeto do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior) voltado a capacitar empresas do setor de autopeças para melhorar sua competitividade, de forma a fortalecer a relação com sistemistas (fabricantes de conjuntos automotivos) e montadoras. Trata-se do programa de Extensionismo Industrial, que tem, para os sete municípios, orçamento previsto de R$ 1,296 milhão, do qual R$ 1,2 milhão do ministério e, o restante, como contrapartida da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, que coordena a iniciativa na região.

O projeto conta também com uma empresa âncora, a sistemista Arteb, que tem sede em São Bernardo e é líder do mercado nacional na área de iluminação automotiva. O foco é capacitar, em processos, produtos e gestão, 25 micro e pequenas empresas de segmentos como autopeças, ferramentaria e plástico, que tenham potencial para serem fornecedoras dessa companhia.

Segundo o secretário executivo da entidade regional, Giovanni Rocco, a iniciativa – que terá dois anos de duração – tem como objetivo proporcionar às pequenas firmas condições de, por exemplo, reduzir custos, diminuir preços e obter certificações de qualidade. Esse último ponto é exigência para o atendimento a grandes indústrias do ramo automotivo. Junto com o projeto, será criado um portal para que os coordenadores possam acompanhar a gestão do processo, com avaliação dos resultados. A iniciativa também possibilitará relação de negócios entre as microempresas.

DE FORA - “O Grande ABC não podia ficar de fora (desse programa do MDIC)”, afirma o presidente da agência, Rafael Marques, que também preside a Agência de Desenvolvimento.

Ele cita que havia o desafio de contar com as montadoras como âncoras, mas, segundo o dirigente, as fabricantes de veículos preferiram focar em outras regiões. Lançado no ano passado, o projeto já está em andamento em Camaçari (na Bahia), com a Ford, e em Gravataí (Rio Grande do Sul), com a General Motors, por exemplo. “Não tivemos resposta”, diz o secretário executivo da agência.

E, como o edital do ministério previa a possibilidade de sistemistas serem âncoras, surgiu a ideia de contatar a Arteb, que tem 100% de capital nacional, é líder na fabricação de faróis, lanternas e luzes auxiliares de veículos, com 45% do mercado nacional e “se prontificou a ser parceiro”, apontou Rocco. A capacitação permitirá que as pequenas empresas atendam essa companhia – que hoje conta com 120 fornecedores diretos – e tenham melhores condições de vender também a outras indústrias do segmento. O diretor adjunto de compras da Arteb, Paulo Bajko, cita que as montadoras exigem evolução contínua e a Arteb, por ser de médio porte, consegue se adaptar, mas os pequenos empresários, muitas vezes, não têm recursos financeiros para melhorar sua gestão, por exemplo, o que o projeto da agência possibilitará.

Sebrae está prestes a fechar acordo para apoio à inovação

Outro programa de apoio às micro e pequenas empresas está prestes a sair do papel na região. A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC deve assinar, nos próximos dias, convênio com o Sebrae para a segunda etapa do projeto ABC Inovação, que oferece capacitação para que indústrias inovem em seus processos, produtos ou na administração dos negócios. O objetivo será qualificar, nos próximos três anos, mais de 800 companhias, o dobro do atingido na primeira etapa.

Segundo o secretário executivo da agência, Giovanni Rocco, faltam só trâmites burocráticos por parte do Sebrae. A entidade vai aportar R$ 7 milhões nessa iniciativa, que terá ainda R$ 1,8 milhão proveniente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e outro R$ 1,2 milhão será destinado pela agência.

Sistema de rastreabilidade entrará em operação no dia 1º

Entrará em operação no dia 1º de outubro, ainda em fase de testes, o sistema de rastreabilidade das autopeças. Ele propiciará a apuração do que são componentes automotores feitos no País, para que as montadoras possam se beneficiar de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na produção de carros nacionais.

O coordenador substituto do departamento da indústria de equipamentos de transporte do MDIC, Luiz Miguel Batuira Falcão, que esteve ontem na Agência de Desenvolvimento Econômico, explicou que as fabricantes de veículos serão obrigadas a lançar no sistema suas aquisições de insumos, seus fornecedores, suas vendas e a parcela dedutível (do que é fabricado no País). Haverá ainda fiscalização, por auditores, por técnicos do ministério e pela Receita Federal.

Os fornecedores podem ser multados em 2% do faturamento do que deixarem de informar e de 1% sobre informação errada, enquanto a montadora correrá o risco de ter menor crédito de IPI.  




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