Política Titulo Relatório financeiro
Saulo manda deficit deixado por Volpi ao MP
Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
30/01/2013 | 07:04
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de Ribeirão Pires vai encaminhar o relatório financeiro do Paço ao Ministério Público. O balanço, que aponta rombo preliminar de R$ 37 milhões, será finalizado até sexta-feira e será levado à promotoria no começo da semana que vem.

O Executivo trabalha com a possibilidade de o deficit orçamentário deixado pelo ex-prefeito Clóvis Volpi (PV) ultrapasse os R$ 40 milhões.

O secretário de Governo, Koiti Takaki, afirmou que a Prefeitura tem a obrigação de realizar a denúncia ao MP. "A Justiça precisa saber o que está acontecendo na cidade. Queremos que a promotoria investigue o caso."

A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), criada em 2000, proíbe que o gestor público deixe dívidas sem que haja dinheiro empenhado para quitar as pendências.

Caso haja condenação, o ex-prefeito pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa - o segundo artigo da legislação prevê cassação dos direitos políticos se o administrador tiver causado dano ao erário.

Somente dívidas com funcionalismo de Ribeirão somam mais de R$ 10 milhões - cerca de 400 servidores ficaram sem a segunda parcela do salário referente ao mês de dezembro. Essa pendência (R$ 4,6 milhões) foi acertada no início do mês.

Diversos prestadores de serviços da Prefeitura ficaram sem o pagamento, apesar de as notas fiscais terem sido entregues. Não há previsão para que as dívidas sejam quitadas.

Volpi admitiu que deixou pendências a serem pagas, mas reiterou que passou os oito anos de mandato negociando passivos com fornecedores e ressaltou que as finanças do Paço são como "um cobertor pelejado, que você cobre o pé, sobra cabeça. Cobre a cabeça, sobra o pé."

Koiti afirmou que o levantamento feito pela administração conseguiu diagnosticar parcialmente o motivo do deficit orçamentário. "Temos um relatório que ainda não foi finalizado. O resultado que temos ainda não passou por um pente-fino", considerou.

 

AJUDA EXTERNA

A Prefeitura pretende contratar empresa de análise e diagnóstico em contratos para fazer outra avaliação em todos os acordos firmados nos últimos oito anos. "Depois que encaminharmos (a situação financeira) ao Ministério Público, pretendemos encomendar auditoria externa", declarou o secretário de Governo.

Diversas instituições estão sendo analisadas pelo Executivo, entre elas, a Fundação Getulio Vargas, conforme anunciado pelo prefeito Saulo com exclusividade ao Diário na semana passada. "Estamos vendo qual melhor perfil se adequa ao trabalho que desejamos fazer", ponderou Koiti. Ainda não há levantamento do valor de um serviço deste tipo.




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