Líder invicto, mas contestado após o empate por 2 a 2 com o Bragantino, o Santos volta a campo às 22h de hoje, no Estádio Novelli Júnior, para encarar o Ituano, pela quarta rodada do Paulistão. Sob aprovação do técnico Muricy Ramalho, que acredita que o time “até que está bom demais”, apesar do início de temporada, o Peixe tenta reencontrar a vitória.

Enquanto os principais rivais estão mais preocupados com a participação na Libertadores, o Santos, que disputará a Copa do Brasil apenas a partir de abril, concentra forças totais no Estadual. E o time tem bom motivo para querer ficar no topo. Aliás, um não, três.

“O (Edu) Dracena sempre fala da tríplice coroa do Cruzeiro e como isso o marcou no clube. Tanto que quando estreei contra Cruzeiro (em 2010) vi torcedores gritando o nome dele. Queremos fazer história. Antes do jogo contra o São Bernardo (na primeira rodada), falamos sobre não tirar da cabeça nem por um segundo essa oportunidade de ser tetra”, disse o goleiro Rafael, citando a possibilidade de conquistar o quarto título paulista seguido e levantar também as taças da Copa do Brasil e do Brasileiro.

Apesar dos holofotes estarem todos sobre Neymar e Montillo – meia argentino que ainda busca boa atuação com a camisa santista – o jovem volante Renê Júnior é quem tem chamado atenção no elenco.

“O posicionamento e a qualidade dele surpreenderam muito. Mesmo com pouco tempo de Santos, parece que está há vários dias aqui. Ele se apresenta, dá opção, não tem medo de errar passes, sobe bem de cabeça e é forte fisicamente. O Santos acertou em cheio na contratação. Contra o Botafogo-SP (vitória por 3 a 0), contei ele recuperando quatro ou cinco bolas seguidas. Espetacular”, destacou Rafael.

O Ituano faz campanha modesta no Paulistão. Em três jogos, foram dois empates e uma derrota. Por outro lado, o técnico Roberto Fonseca não terá desfalques. O destaque do time é o volante Marcinho Guerreiro, ex-Palmeiras. O zagueiro Vitor Hugo, revelado pelo Santo André, também está escalado entre os titulares.

Miralles coloca pressão sobre André por vaga

A briga pela titularidade no ataque do Santos está intensa. Uma vaga é intocável e pertence merecida e indiscutivelmente ao craque Neymar. A outra, por ora, é ocupada por André, que tem total confiança do técnico Muricy Ramalho. A torcida, porém, já esgotou a paciência com o jogador e vê, ao mesmo tempo, Miralles em franca ascensão.

Enquanto André completou 111 dias sem balançar a rede – ou 735 minutos em campo – desde 10 de outubro, quando o Peixe bateu o Botafogo no Engenhão por 2 a 0, o argentino marcou sete tentos nos últimos nove jogos do Alvinegro.

Manter um atacante apesar do jejum de gols já é tática conhecida do treinador santista. No São Paulo, insistiu com Aloísio Chulapa apesar dos 18 jogos sem marcar. No próprio Peixe, em 2011, foi Zé Love quem passou por má fase e ficou 13 partidas longe das redes. Ambos, porém, deram a volta por cima e o segundo, inclusive, espantou o mau momento justamente na semifinal da Copa Libertadores – que mais tarde o Peixe conquistaria sobre o Peñarol.

Outro atleta que está de olho na vaga de André é Marcos Assunção. O volante deve estrear na próxima semana e se Muricy Ramalho optar por alterar o esquema tático, Montillo seria adiantado ao lado de Neymar para abrir vaga no meio campo.