O Comando de Trânsito da Polícia Militar na Capital ajudará, em breve, a corporação do Grande ABC na realização das blitze para fiscalização da Lei Seca nas sete cidades.

A informação foi revelada ontem pelo coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, que tomou posse como comandante da Polícia Militar na região, no lugar do coronel Helson Lever Camilli.
"Apesar de estarem sediados na Capital, eles (Comando de Trânsito) podem atuar em todo o Estado. Só não o faziam por falta de efetivo", afirmou Mauro.

Segundo o coronel, o policiamento do Grande ABC fará o planejamento de pontos próximos de bares e casas noturnas nas cidades onde será necessária a atuação para, então, pedir o número de policiais e viaturas para auxílio ao batalhão de Trânsito.

Em 2012, segundo a Polícia Militar, 587 pessoas foram submetidas ao teste do bafômetro no Grande ABC - inicialmente, o número divulgado foi 71. Dessas, 108 foram autuadas em flagrante e 253 assinaram autos de infração por estarem dirigindo alcoolizadas.

Segundo a corporação, todas as companhias que formam os seis batalhões da região contam com pelo menos um bafômetro.

Mauro esclarece que o reforço do Comando de Trânsito faz parte dos planos da Operação Segura desenvolvida pela corporação na Grande São Paulo. Outras cidades também deverão receber o efetivo.

"A polícia tem de fazer cumprir a lei", disse o coronel, defendendo a atuação nas blitze. " A abordagem e revista são duas ações que acontecem no veículo e condutor. Se ele não tiver nada na área criminal, vamos conferir a parte de trânsito. O cidadão de bem tem que nos ver com bons olhos. Ou o policial prende um criminoso ou faz um amigo."

O comandante enfatiza que as pessoas não precisam temer a atuação da corporação. "Todo policial vai ser orientado a abordar os cidadãos com o respeito que eles merecem. Se for um criminoso, vamos garantir que ele tenha todos os seus direitos garantidos", explicou.

Nos planos do coronel, além da Operação Integrada, desencadeada na semana passada em Diadema e que será repetida nos próximos dias, estão nos planos uma nova versão da Operação Força Total. O foco será Mauá, onde um grande número de viaturas se deslocará a um determinado ponto apontado pela inteligência onde há concentração de ocorrências.

"A gente quer que o cidadão de bem realmente se sinta bem com a presença da Polícia Militar", brincou Mauro, ainda sem prever uma data para o início da operação. "Se eu conseguir fazer com que o criminoso se sinta ameaçado, já fico satisfeito", reforçou.

Mesmo com as novidades, a promessa é de manter o estilo de trabalho dos antecessores, inclusive do coronel Roberval Ferreira França, que saiu da região para assumir o comando-geral da polícia. "Trabalhamos de forma inteligente, atuando sempre com base no que o sistema nos passa. Não vamos reiventar a roda", disse.

Coronel chefiava batalhão de São Bernardo

A posse do coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli foi confirmada ontem, em ato publicado no Diário Oficial do Estado. Ele estava desde junho no comando do 40º Batalhão, que atende parte de São Bernardo.

Após as mudanças dos delegados seccionais de Santo André e São Bernardo na Polícia Civil, é a primeira novidade confirmada na Polícia Militar da região após Fernando Grella Vieira assumir a Secretaria de Estado da Segurança Pública, em novembro.

Mauro é formado em Administração e Direito e está na Polícia Militar desde fevereiro de 1982. Quatro anos depois, tornou-se aspirante a oficial e desde então passou por Guarda Especial, Batalhão de Choque, Casa Militar no Gabinete do Governador, Tribunal de Justiça Militar e Corregedoria. Sua promoção a coronel também foi ratificada ontem pelo comandante-geral da corporação, Benedito Roberto Meira.

Antes da passagem por São Bernardo, Mauro já havia trabalhado no Grande ABC como responsável pela Polícia Rodoviária que fiscaliza o Sistema Anchieta-Imigrantes, em 2005.

O comandante das sete cidades assume o posto do coronel Helson Lever Camilli, que estava na função desde abril, mas que passou grande parte de sua gestão afastado por questões médicas. Ele agora se transfere para Sorocaba, a 72 quilômetros da Capital, onde assume a chefia da corporação responsável por aquela região.