Moradores do bairro Riacho Grande, em São Bernardo, ficarão pelo menos mais cinco meses sem terminal de ônibus. A estação, que tinha quatro plataformas, foi desativada em abril de 2011, depois que caminhão tentou passar por lá e derrubou a estrutura.

Desde então, a área, localizada ao lado do 4º Distrito Policial, passou a ser usada como estacionamento. As oito linhas que passam pelo bairro - sendo seis municipais e duas metropolitanas - atendem os usuários em ponto improvisado na Rua Antônio Caputo.

O secretário de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo, Oscar Silveira Campos, informa que a reconstrução do terminal será discutida com a empresa SBCTrans, concessionária do sistema municipal de transporte. "O contrato de concessão vence em agosto e pode ser renovado por mais cinco anos. Para que a renovação seja feita, estamos colocando algumas exigências. Esta é uma delas", informa o titular da Pasta. Silveira Campos disse que pretende finalizar as negociações até março e que as obras serão concluídas até o fim do primeiro semestre.

TRANSTORNOS

Passageiros do Riacho Grande protestam contra a falta de estrutura no bairro. "Quando tinha o terminal, a situação era mais confortável. Agora, ficamos acumulados em um ponto, tomando chuva, sem ter onde sentar e correndo risco de atropelamento ao atravessar a rua", critica a cabeleireira Samanta Nascimento, 24 anos.

Para o aposentado Manoel de Abreu Ferro, 72, o improviso estimula motoristas a desrespeitarem os usuários. "Se eles veem que tem muita gente esperando, simplesmente ignoram e passam direto. Antigamente isso não acontecia, pois os ônibus tinham de parar de qualquer jeito", acrescenta.

Cidade aguarda verba para corredores

A Prefeitura de São Bernardo aguarda a liberação de verba para a construção de 11 corredores exclusivos e quatro terminais de ônibus. Em dezembro, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou financiamento no valor de US$ 125 milhões (o equivalente a cerca de R$ 250 milhões). No entanto, para que a cidade tenha acesso ao recurso, a transação internacional precisa ser aprovada pela União e pelo Senado, o que deve ocorrer no próximo mês. Como contrapartida, o município irá investir a mesma quantia, totalizando R$ 500 milhões, aproximadamente.

Serão construídas pistas exclusivas para o transporte coletivo nas seguintes vias: Alvarenga, João Firmino, Senador Vergueiro, Faria Lima, Jurubatuba, Montanhão, Ferrazópolis, Rotary, Capitão Casa, Castelo Branco e Galvão Bueno. A previsão é que todos os corredores estejam prontos até 2016. Também serão feitos quatro terminais, nos bairros Alves Dias, Batistini, Vila São Pedro e Rudge Ramos.

As intervenções no sistema de transporte têm o objetivo de melhorar a fluidez na cidade. A estimativa é que o tempo de viagem diminua cerca de 25% nos coletivos municipais. O número total de passageiros deve ter alta de 3,5%. Outra previsão é a redução no número anual de acidentes envolvendo ônibus, passando de 208 para 193 ocorrências por 10 mil veículos.

Este será o segundo contrato do município com o BID. O primeiro, que teve o mesmo valor, foi utilizado para a construção de avenidas, sendo a Nova Lions a mais importante.

Além das 11 faixas feitas com investimento do banco internacional, a Prefeitura utilizará verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a construção do Corredor Leste-Oeste. Devem ser gastos R$ 280 milhões em recursos federais, mais R$ 146 milhões dos cofres municipais. A via ligará o bairro Santa Terezinha à Rodovia dos Imigrantes.