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Sindicato prevê greve dos
funcionários dos Correios

Assembleia decide sobre paralisação a partir de terça, dia 16; hoje há votação sobre estado de greve

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
10/09/2014 | 07:29
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Andréa Iseki/DGABC


Os cerca de 1.500 trabalhadores dos Correios na região podem cruzar os braços na terça-feira, dia 16, às 22h. Hoje, em assembleias simultâneas em todo o País, às 19h, será votado o estado de greve. Segundo o diretor para o Grande ABC do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba), José Luiz de Oliveira, é quase certa a aprovação do estado de greve. “E paralisaríamos na terça-feira, quando terá outra assembleia”, destacou.

Correios e sindicatos estão em meio à negociação salarial. A pauta foi enviada à empresa em julho. A categoria pedia a reposição da inflação mais R$ 300 no salário mensal. “Isso geraria reajuste aproximado de 8% para os mais velhos de casa. Para os novos, chegaria a quase 15%”, calculou Oliveira. Por enquanto, observou o sindicalista, os Correios colocaram na mesa, como contraproposta, reajuste de 6,5%, o que seria bem próximo à reposição da inflação.

A empresa, por meio de nota, destacou que está ciente sobre a posição da categoria. “A assembleia dos trabalhadores a respeito da greve será somente no dia 16. Portanto, todos os serviços no Brasil estarão funcionando normalmente durante esta semana. Os Correios e as representações dos trabalhadores ainda estão em negociação. Se houver paralisação a partir do dia 16, a empresa aplicará medidas do plano de continuidade para garantir as entregas.” Destacou ainda que “as paralisações dos últimos anos foram localizadas e tiveram baixa adesão, com mais de 90% dos trabalhadores em atividade normal”.

Oliveira, porém, rebateu. Disse que, nos últimos anos, em média, 90% dos carteiros aderiram às greves e, entre 65% e 70% dos funcionários da área administrativa e interna dos Correios, também. “Se entramos em greve, o pessoal que entra no terceiro turno, às 22h, já para. Cartas e encomendas enviadas na terça-feira já não chegarão ao destinatário”, explicou Oliveira.

A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), em Brasília, é a responsável pela negociação coletiva.

MAIS TRANQUILA - O diretor do sindicato opinou que neste ano, apesar de a categoria planejar atos para pressionar os Correios a aumentar a proposta de reajuste salarial, a negociação começou bem mais tranquila e positiva para os trabalhadores do que em 2013. “Se pararmos para analisar, neste ano a primeira contraproposta dos Correios foi de reajuste de 6,5%, o que, na prática, é a recomposição da inflação. No ano passado, a situação foi bem pior. Eles queriam pagar apenas 3% a mais”, lembrou Oliveira.

Em 2013, as negociações tiveram dois dias de paralisação na área operacional dos Correios no Grande ABC, o que envolveu cerca de 780 funcionários, dos aproximadamente 1.500. Após o ato, a empresa concordou em pagar aos funcionários a reposição da inflação mais 1,7% de ganho real, o que gerou acréscimo salarial de 8%.

O resultado foi satisfatório, na época, porque os trabalhadores passaram por três anos de reajustes que não repuseram a inflação dos períodos, observou Oliveira, logo após o acordo, no dia 13 de setembro do ano passado. Em 2012, por exemplo, as negociações foram levadas à Justiça e a greve durou 18 dias. O reajuste, naquele período, foi de 6,5%. 




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