Economia Titulo Indústria da defesa
Omnisys dá suporte aos radares do País

Empresa da região renova contrato de manutenção de equipamentos do espaço aéreo

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/09/2014 | 07:27
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Orlando Filho/DGABC


Conhecido por ser um dos principais polos automotivos do País, o Grande ABC começa a estabelecer bases para ganhar, cada vez mais, relevância nacional também na área da indústria da defesa. Neste segmento, uma das empresas da região que é referência nacional é a Omnisys, de São Bernardo, que acaba de renovar o contrato para manutenção e suporte técnico dos equipamentos instalados no parque de radares do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro).

Segundo o diretor geral da companhia, Luiz Henriques, a renovação com o Decea é importante sob vários aspectos. “Além de ratificar a confiança no trabalho da Omnisys, dá continuidade à atividade de serviços (que, de forma geral, incluindo outras operações, representa 20% da receita da empresa)”, disse.

O executivo destaca que, além de dar manutenção ao radar LP23SST (ou Banda L), feito em São Bernardo e que tem 400 km de alcance, o contrato se destina a dar suporte a equipamentos fornecidos pelo grupo francês Thales (controlador da Omnisys), como os de aproximação de aviões e que estão presentes nos principais aeroportos nacionais, entre eles, Congonhas, Guarulhos, Brasília, Galeão e Santos Dumont. Esse serviço de suporte, segundo ele, é possível graças à transferência de tecnologia que a companhia francesa implantou, fruto de programas da Aeronáutica, e que envolveu treinamento da equipe de técnicos da subsidiária brasileira, e o recebimento de conjunto de meios de controle de qualidade, além da realização de ampla capacitação da empresa. O primeiro contrato de suporte com a Decea foi assinado, originalmente, com a Thales, em 2007, e depois foi assumido pela Omnisys, em 2012.

Luiz Henriques destaca que a companhia tem a expectativa de participar do SGDC (Sistema Geostacionário de Defesa e Comunicações) – contrato orçado em R$ 1,3 bilhão entre a Visiona (parceria entre Embraer e Telebras) e a Thales Alenia Space, que vai fornecer o satélite para garantir a segurança das comunicações das Forças Armadas e ampliar o acesso à banda larga no País.

Nesse programa está previsto o recebimento de tecnologia por indústrias nacionais, que envolve outros recursos que não os que estão locados no SGDC, diz o executivo. Segundo Henriques, a AEB (Agência Espacial Brasileira) é que decidirá quem será beneficiado. “Estive com o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho, há cerca de um mês, e ele confirmou que a Omnisys faz parte das que estão incluídas no rol das que devem ser contempladas”, disse.

A expectativa da empresa da região, que hoje conta com 200 funcionários, é crescer 10% em relação ao faturamento do ano passado e chegar ao fim de 2014 com R$ 85 milhões. Considerando a dificuldade que o Brasil tem em relação ao seu crescimento econômico, o diretor considera que esse é um bom desempenho.

E há outros fatores que podem ajudar a impulsionar mais esses resultados. A Omnisys tem interesse em concorrer para fornecer radares para equipar o caça Gripen NG, que será fabricado no Brasil pela companhia sueca Saab e que vai equipar a Força Aérea Brasileira. Para isso, em São Bernardo, será construída a partir de 2015 fábrica de aeroestruturas dessa aeronave, por meio de parceria entre a Saab e a indústria Inbra, que tem sede em Mauá.  




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