Programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, lançado ontem na Capital, defende o casamento gay, com aprovação de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em tramitação que garante união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Ligada ao setor evangélico, que se posiciona veemente contra a PEC, Marina afirmou ter compromisso com os direitos civis e garantiu honrar o estado laico, como prevê a Constituição Federal. “Queremos o respeito através do estado laico tanto para os que creem quanto os que não creem. As pessoas têm sua liberdade individual e essa liberdade individual deve ser respeitada”, declarou a ex-senadora.

Na área econômica, o programa estabelece metas semelhantes às do presidenciável do PSDB, o senador Aécio Neves, com autonomia ao Banco Central, menos interferência do Estado, mais liberdade para o setor privado e reforma tributária com vistas em desoneração. “O Estado deve servir à sociedade e não se servir da sociedade.”

Marina classificou como “lamentável” o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), recuou 0,6% no segundo trimestre e teve resultado revisado de janeiro a março com baixa de 0,2%. Como proposta remediadora, a ex-senadora falou em investimento. “Para ser próspero, são necessários investimentos e manejo das micro e macropolíticas econômicas corretos para assegurar confiança em investimentos duradouros.”

Chamado de “pacto” com a população, o programa de governo propõe “agilidade” na política externa com países da América do Sul. O texto caminha no sentido de liberar pactos bilaterais sem que nações fiquem emperradas em regras de blocos regionais, por exemplo.

A presidenciável socialista disse que “parece que se esqueceram o quanto foi difícil chegar lá”, em relação ao governo de seu ex-correligionário Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A população que elegeu um intelectual e um metalúrgico há de eleger uma professora lá dos seringais da Amazônia.”