A construção civil do Grande ABC criou 580 postos de trabalho em julho e cresceu 1,2% se comparado com o mês anterior, de acordo com pesquisa divulgada pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo). No total, o segmento emprega hoje 45.669 trabalhadores na região. Se comparado a julho de 2013, a alta foi de 2%, com a criação de 920 empregos.

Apesar do crescimento, as únicas cidades que apresentaram números positivos em comparação com junho foram São Caetano, que criou 633 vagas (5,4%), Mauá, que contratou 172 pessoas (4,7%), e Ribeirão Pires, com três empregados a mais (0,3%).

O tímido aumento da região, puxado apenas por São Caetano e Mauá, traz preocupação à diretora adjunta do SindusCon-SP no Grande ABC, Rosana Carnevalli, que acha que o desempenho poderia ter sido maior. “O ritmo de crescimento do mercado vem diminuindo cada vez mais. Em 2009 e 2010 ele era de 10% ao ano, agora está em 2%. Os planos diretores dos municípios da região, principalmente de Santo André e São Bernardo, estão engessando a construção civil”, afirmou.

“No mês, só duas cidades salvaram o Grande ABC. São Caetano, por exemplo, vem aumentando os canteiros de obras, apesar de não ter muitos terrenos disponíveis por sua extensão reduzida. Mas o número só foi positivo por conta do Espaço Cerâmica”, disse Rosana.

No período de um ano, o emprego na construção civil do município subiu 6,1%, com 710 contratados, e Mauá impressionantes 18%, criando 581 postos de trabalho. “Mauá é um município que está sendo bastante procurado. Houve melhorias em alguns bairros e vias de acesso, como a Jacu-Pêssego e o Rodoanel, e ainda a cidade tem muitos terrenos disponíveis”, explicou a diretora adjunta do SindusCon-SP.

QUEDAS - As cidades que apresentaram os piores números do Grande ABC foram São Bernardo e Santo André. A primeira fechou 150 postos de trabalho em julho (queda de 1,1% em relação ao mês anterior), enquanto a segunda perdeu 57 trabalhadores no segmento (baixa de 0,5%).

Santo André também teve desempenho negativo nos últimos 12 meses. Em julho de 2013, a cidade tinha 10.767 empregados na construção civil, contra 10.246 no mês passado (queda de 4,8%). São Bernardo, por sua vez, demitiu 37 pessoas no mesmo período (diminuição de 0,2%).

“As duas cidades aplicaram as maiores restrições para construção civil nas leis municipais e diminuíram o potencial construtivo. Essas quedas prejudicam a construção e outros setores que estão indiretamente ligados a ela”, declarou Rosana.

Diadema foi outro município que perdeu trabalhadores no segmento em julho. Foram 19, com queda de 0,4%. Porém, em comparação com o ano passado, Diadema contratou 172 trabalhadores e cresceu 4,1%.

Já Rio Grande da Serra se manteve praticamente estável. Perdeu apenas dois empregos no setor de junho para julho (-0,4%), mas, em um ano, contratou 12 pessoas, com alta de 2,4%.